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“Foi brincando que ganhei”, diz Grag Queen sobre Queen Of The Universe

A drag queen brasileira que fez história ao vencer talent show de RuPaul fala sobre os bastidores e a importância de destacar o Brasil na competição.

por Redação MundoMais

Quinta-feira, 13 de Janeiro de 2022

“From Canela, Brazil, Grag Queen”, é como o apresentador abertamente gay Graham Norton apresenta a drag brasileira na primeira edição do “Queen Of The Universe”, uma competição musical dirigida pelos mesmos produtores de “RuPaul’s Drag Race”. Grag Queen se destacou entre 14 drag queens de diversos países e levou para casa a primeira coroa da história do programa – além de um prêmio de US$ 250 mil, o que equivale a R$ 1,4 milhão.

O episódio final do reality foi exibido no dia 30 de dezembro de 2021 em uma emissora nos Estados Unidos, mas vai ao ar nesta quinta-feira (13) no Brasil, pela Paramount+. Além da apresentação de Norton, também estavam no júri as cantoras Vanessa Williams e Leona Lewis, a drag queen Trixie Mattel e "braço direito" de RuPaul, Michelle Visage.

A drag brasileira lembra o mix de sentimentos ao ouvir o apresentador inglês apresentá-la como a “Girl From Canela”. Ela lembra que aquela “Canela” ao qual Norton se referia era a mesma cujo nome ela escrevia todas as manhãs no caderno da escola para fazer o cabeçalho. "Isso me ajudava muito a me conectar com o Gregory que não teria capacidade ou autoestima nenhuma, que nunca pensou que poderia ser capaz de fazer o que eu fiz", afirma.

Cheia de carisma e com um sorriso que não esconde a felicidade da vitória, Grag conta que não chegou à competição com o intuito de vencê-la; essa "sede de vitória" só apareceu quando ela se deparou com a final. Segundo ela, o principal objetivo de toda competição era apenas se divertir. "Eu queria mostrar meu talento, que eu era bonita, que eu era do Brasil e que as brasileiras são as maiores e melhores que tem no mundo. No fim, me divertindo e brincando, eu acabei ganhando a coroa", diz.

Filha de evangélicos, a drag chegou a ser expulsa de casa pelos pais; hoje, ela garante que os três se dão bem e que são eles os maiores apoiadores dela. “Meu pai fala que agora é pai de Miss”, revela a drag, feliz e realizada.

Tão importante quanto levar o título de Rainha do Universo para casa foi ser uma representante do que há de melhor da cena drag e da produção cultural e artística LGBTQIA+ brasileira. “Os melhores artistas do Brasil são LGBTQIA+, falando de qualidade, conceito e amor ao que fazem. É um povo do caramba, é o maior e eu amo”, declara.

Ao longo da entrevista, Grag relembra ainda importância de se falar português e usar looks com inspirações brasileiras em um programa de língua inglesa, o que pretende fazer com o valor em dinheiro do prêmio e o fato das outras participantes amarem receber figurinhas da Gretchen no grupo de WhatsApp que elas integram.