por Redação MundoMais
Segunda-feira, 27 de Junho de 2022
Justice Smith é o rosto da nova campanha da Calvin Klein. A marca você provavelmente já deve conhecer por suas famosas peças jeans e, claro, campanhas das peças íntimas.
Já Justice, se não te soa familiar, é considerado internacionalmente um dos atores mais promissores da nova geração. No seu currículo, estão as séries "Generation" da HBO e "The Get Down", da Netflix, além do filme "Pokémon: Detetive Pikachu", que acumulou US$ 413 milhões em sua bilheteria.
A união entre o ator e a grife acontece na campanha "This is Love", com a qual você já deve ter cruzado em algum passeio ao shopping. Na vitrines da CK, Justice protagoniza um beijo — ou quase lá — com o também ator Nicholas Ashe.
"[Fazer parte deste movimento de inclusão] exige muitos limites e amor-próprio", conta ele em entrevista para Nossa. "Acho que às vezes as pessoas pensam que, por estarmos sob os olhos do público, nossa pele é incrivelmente grossa. Mas isso leva tempo e muito esforço. Somos seres humanos". Ele continua: "Cheguei à conclusão de que quanto mais eu ajo de forma autêntica e sem remorso, menos estou interessado nos julgamentos dos outros".
"Infelizmente, vivemos em um mundo onde, alguém como eu existir, é uma declaração política apenas por existir, mais do que por ser uma figura pública. Sempre me lembro que a busca da minha própria alegria é o ato mais radical e essencial para minha sobrevivência".
Sobre estrelar algo grandioso, como para a Calvin Klein, Smith logo diz: "É assustador, não vou mentir". Mais do que fotos, em suas palavras, foi como se ele estivesse abrindo as quatro paredes do seu mundo íntimo para o mundo — uma vez que ele e Nicholas Ashe viveram um relacionamento. "Depois de muitas conversas, decidimos fazer a campanha porque era assustador e público. Muitas vezes acho que é aí que a mágica acontece: quando você pula de um penhasco e faz o que normalmente não faria".
O resultado foi de receptividade e representatividade, apesar dos discursos de ódio, ainda presentes: "Estou honrado em representar minha comunidade dessa maneira e adicionar outro exemplo de amor negro ao zeitgeist", diz ele ao mencionar o termo alemão, cuja tradução significa "espírito da época". De todas essas formas, o significado e, sobretudo, o poder da moda vai além de roupas e tendências. Para Justice, é um pilar da de auto-expressão.
"Acho que quanto mais eu entendia o que me atraía ao me vestir, mais fácil era definir minha identidade. E não de forma estagnada. De uma forma que me permitiu honrar todos os lados do meu eu, que está em constante evolução", relembra.
"A moda sempre acompanha o humor ou a característica com a qual você deseja liderar em um determinado dia. Ele flui com você. E convida outras pessoas para o seu mundo interior."
Um dos trabalhos de maior reconhecimento de Justice é a série "Generation", da HBO — trama que abraça a comunidade LGBTQIA+ ao explorar os desafios da sexualidade na juventude, mais precisamente no ensino médio. Assim como "Euphoria", a produção, em suas devidas proporções, moldou e inspirou o estilo para o público da Geração Z — como são chamados os que nasceram depois dos anos 2000.
Sobre fazer parte desse movimento, ele diz: "Eu tento não agir a partir de um lugar de obrigação ou 'responsabilidade'. Isso gera ressentimento em mim por algum motivo. Imediatamente começo a pensar em justiça."