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Deputado vira réu por crime de violência política de gênero

Rodrigo Amorim xingou a vereadora trans Benny Briolli, de Niterói, em discurso na Alerj, e se condenado poderá perder mandato, mesmo reeleito.

por Redação MundoMais

Sexta-feira, 26 de Agosto de 2022

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE/RJ) acolheu denúncia do Ministério Público Eleitoral contra o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB). Ele é acusado de violência política de gênero contra a vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL). A corte recebeu por unanimidade a acusação de ofensa, constrangimento e humilhação contra a parlamentar. Segundo a procuradoria, ela foi menosprezada e discriminada como mulher trans. O parlamentar afirmou que a acusação se baseou em vídeo editado. Prometeu esclarecer o caso no processo.

Amorim ficou conhecido por ter quebrado, na campanha eleitoral de 2018, uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada meses antes com o vereador Anderson Gomes. Com ele, na ocasião, estavam os então candidatos Daniel Silveira e Wilson Witzel. Em 17 de maio deste ano, em discurso na Assembleia Legislativa do Rio, Amorim atacou Benny. Chamou-a de vereador, Belzebu e aberração da natureza. Afirmou ainda que a parlamentar é "homem", ´por ter nascido com pênis e testículos.

Em sua sustentação oral no TRE fluminense, a procuradora regional Eleitoral, Neide Cardoso de Oliveira, disse que Amorim teve como propósito dificultar o desempenho do mandato eletivo de Benny. O MP Eleitoral afirmou também que a violência cometida por Amorim em discurso na Assembleia Legislativa (Alerj), transmitido pela internet, buscou humilhar a vereadora perante todos que o ouvissem e o assistissem. O motivo seria a condição de Benny de mulher trans.

"Nenhum político pode se valer da imunidade parlamentar para utilizar, de forma livre e sem nenhuma consequência, discurso de ódio, ofensivo, humilhante e discriminatório contra uma mulher transexual, justamente da tribuna da sua Casa Legislativa", afirmou a procuradora.

Se Amorim for condenado enquanto estiver no mandato, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio poderá pedir ao TRE que ele perca o cargo. A iniciativa poderá ser tomada ainda que ele seja reeleito em outubro. Nessa hipótese, a condenação por órgão colegiado seria causa de inelegibilidade.

Deputado promete esclarecer fatos

O parlamentar acusado se pronunciou por nota:

"O deputado Rodrigo Amorim respeita as decisões judiciais e esclarece que a denúncia foi feita com um vídeo editado, tirado de um site ideologicamente contrário ao parlamentar, afetando assim a compreensão do fato por inteiro. Ao longo de toda a instrução processual ele terá a oportunidade de mais uma vez esclarecer a verdade dos fatos."

01-09-2022 às 13:21 Casos de família
Essa não é Cristina Rocha não?
26-08-2022 às 13:51 Jorge Jorge
Agora, tem uma coisa estúpida que eu vi acontecendo com ela, com a qual não me conformo: em dada sessão, Briolly exibiu uma imagem religiosa d ematriz africana, exigindo respeito. As pessoas da assistência vaiaram. Isso é estúpido. Ela tem todo direito de exibir a imagem e as pessoas tem toda a obrigação de respeitar. E Briolly foi bem comedida. Lembrou que imagens cristãs merecem respeito e as de cultos africanos idem. Ela está certa e o que aconteceu ali foi, sim, neste caso, uma imensa estupidez por parte de quem a vaiou. Aliás, de passagem e disto sou testemunha. Sou cristão católico, mas disto sou testemunha: os candomblecistas estão entre os grupos religiosos que mais praticam caridade nas ruas. Mas respeito, pois!
26-08-2022 às 13:46 Jorge Jorge
Briolly sonha, noite e dia, que um Amorim surja em sua vida. E ele, então, surge. Arruma a bola na marca do pênalti e ela bate. Briolly precisa mostrar a que veio. É parlamentar? Então, vejamos se entende da coisa pública, dos assuntos administrativos. Pesquisemos seus projetos. Trans, gay, heterossexual. Nada disso importa. Importa a performance política daquele que foi eleito para encaminhar soluções, incentivar empreendedorismo, resolver, enfim, os problemas do povo. Aí, sim, Briolly, você estará mostrando pra gente que uma pessoa trassexual pode ocupar desde o comando de uma aeronave em voo até a presidência da República, passando pela medicina, pela faxina, pelo caixa de mercado, pela cátedra acadêmica. Mas, não. O que faz Briolly é puxar meia-dúzia de palavras e fazer um jogo com essa meia-dúzia de palavras. Racismo estrutural, corpos trans, ressignificação, coletivos, mandatos compartilhados, grupos minorizados. Gente, cansamos desse bando de bobagens. Vai lá, vereadora! Mostra a que veio, lindona. Essa primeira parte já encheu o saco.