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Vencedor do ‘Queer Palm’ e ‘Melhor Roteiro’ em Cannes, ‘Monster’ entra em cartaz no Brasil

Inserindo-se no contexto do cinema japonês contemporâneo, "Monster" propõe uma reflexão profunda sobre dinâmicas familiares e sociais em contextos extremos.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 09 de Janeiro de 2024

A estreia do longa-metragem “Monster” em solo brasileiro, obra dirigida por Kore-eda Hirokazu, transpõe as barreiras culturais e introduz um cinema que contempla a introspecção e a complexidade das relações humanas. Inserindo-se no contexto do cinema japonês contemporâneo, a obra, que estreou no final do ano no Brasil e segue em cartaz em 14 cidades no país, afasta-se dos paradigmas narrativos convencionais, propondo uma reflexão profunda sobre dinâmicas familiares e sociais em contextos extremos.

Neste filme, vencedor do “Queer Palm” no Festival de Cannes de 2023 (prêmio dedicado à melhor obra queer do ano), Kore-eda tece uma narrativa ao redor de uma figura maternal confrontada com alterações comportamentais enigmáticas em seu filho. Esse ponto de partida desencadeia uma exploração multifacetada de temas como o bullying, as dissonâncias familiares e as complexidades da violência no ambiente escolar.

A estrutura narrativa de “Monster”, enriquecida pelas perspectivas da mãe, do professor e da criança, oferece um mosaico de experiências e percepções, expondo a intricada teia de relações e emoções humanas.

O roteiro de Yuji Sakamoto distingue-se pela sua abordagem crua e realista das interações humanas, evitando o melodramático em favor de um realismo mais sóbrio e contemplativo. Com “Monster”, Sakamoto levou o prêmio de “Melhor Roteiro” no Festival de Cannes em 2023.

A trilha sonora, última obra do compositor Ryuichi Sakamoto, complementa a narrativa com uma sutileza que transcende o auditivo, atuando como um elemento narrativo subliminar que guia o espectador pelas camadas emocionais da história.

Visualmente, “Monster” se afirma como um estudo sobre o minimalismo e a expressividade, onde cada enquadramento, cada movimento de câmera, contribui para a construção de um ambiente que é tão narrativo quanto os personagens. Kore-eda utiliza o espaço cinematográfico não apenas como um cenário, mas como um componente ativo na narrativa, explorando os espaços silenciosos entre as palavras e os gestos para contar sua história.

10-01-2024 às 09:39 ^^
Em famílias com pouca comunicação sobre temas "papo cabeça", leva muitas vezes a um "quebra-cabeças" que pode levar décadas para a gente conhecer pessoas, como irmãos, com quem fomos criados, juntos!
09-01-2024 às 19:10 )
Ta.