por Redação MundoMais
Segunda-feira, 29 de Janeiro de 2024
Gene Robinson (à esquerda), natural do Kentucky, alcançou fama mundial em 2003 ao ser eleito bispo para servir na Diocese de New Hampshire, nos Estados Unidos, da Igreja Episcopal. Nesse momento histórico, ele vestiu um colete à prova de balas sob as vestes episcopais, recebendo sua primeira ameaça de morte naquela noite. Essa eleição provocou controvérsias e levou centenas de paróquias a se desvincularem da Igreja Episcopal, mas também desencadeou um movimento de abertura e inclusão na instituição.
Rotulado como o homem mais perigoso da igreja anglicana, Robinson dedicou sua vida a promover a inclusão da comunidade LGBT+ na igreja e vice-versa. Atualmente, existem cinco bispos abertamente gays na Igreja Episcopal, uma conquista que Robinson, de forma bem-humorada, considera seu “legado”.
Ele se declarou como gay em 1986, 13 anos após sua ordenação como sacerdote. Agora, Robinson já está aposentado. Em uma recente entrevista à CBS News, Robinson explicou que permanecer no armário não era uma opção para ele e que sentiu que Deus o “chamou para fora do armário”.
Apesar de ser o primeiro bispo abertamente gay, Robinson, agora aos 76 anos, destacou que certamente não foi o primeiro gay na igreja. “Temos que ser claros: Sou apenas o primeiro abertamente gay.”
Refletindo sobre a coragem para se assumir depois de sua ordenação, ele compartilhou: “É horrível subir no púlpito e encorajar as pessoas a viverem vidas autênticas quando você sabe que não está sendo autêntico. Foi por isso que senti que Deus me chamou para fora do armário.”
Ao relembrar a controvérsia e oposição que enfrentou, Robinson destacou a importância e a dificuldade do momento, reconhecendo a dor causada a muitas pessoas. Preferindo ser reconhecido como um “bom bispo” em vez de “o bispo gay”, Robinson reconhece que, na mídia, seria inevitavelmente rotulado como tal. Sua decisão foi ser o melhor bispo gay possível.