por Redação MundoMais
Sexta-feira, 22 de Março de 2024
Ex-goleiro de clubes como Flamengo e Grêmio, Emerson Ferretti alcançou um feito histórico ao assumir a presidência do Bahia, tornando-se o primeiro presidente declaradamente gay de um clube brasileiro. No entanto, sua jornada não foi fácil. Em um ambiente conhecido pela homofobia, como o futebol, Emerson enfrentou desafios consideráveis.
“Passei décadas dentro dos campos de futebol escondendo minha verdadeira identidade”, revela o gaúcho, em entrevista à Veja.
Para Emerson, de 52 anos, que atualmente mantém um relacionamento com o bailarino Jordan Dafner, de 27 anos, o preconceito contribui para que muitos jogadores vivam uma vida de fachada.
“Há muitos homens gays no futebol, mas isso é ignorado. Namoradas de fachada são mais comuns do que se imagina. Entendo aqueles que recorrem a essa encenação. Eles não querem ser o centro das atenções, nem sofrer consequências por isso. Compartilhar minha história é uma forma de inspirar jovens gays que sonham em ser jogadores a terem coragem para se assumirem”, afirmou.
Emerson Ferretti revela que só conseguiu iniciar relacionamentos com homens depois dos 21 anos.
Além disso, com a fama, a pressão sobre sua sexualidade se intensificou: “Em vários momentos, enfrentei períodos de depressão e pensei em abandonar o futebol. Mesmo tentando manter minha vida privada longe dos holofotes, os boatos corriam soltos pela cidade. Nunca fui visto rodeado de mulheres em bares ou casas noturnas, nem ao lado de namoradas, como é comum entre os jogadores héteros. Meus próprios colegas de equipe começaram a suspeitar de mim e a fazer piadas no vestiário”.