por Redação MundoMais
Sexta-feira, 25 de Abril de 2025
Edy Star, nome artístico de Edivaldo Souza, morreu na madrugada desta quinta-feira (24), aos 87 anos, em São Paulo. O artista estava internado no Complexo Hospitalar Heliópolis desde terça-feira (22), após sofrer um acidente doméstico. Segundo comunicado publicado nas redes sociais, ele chegou ao hospital em estado grave, foi submetido à diálise, mas apresentava também insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória e pancreatite.
A trajetória de Edy começou em Juazeiro, na Bahia, onde nasceu em 1938. Iniciou a carreira na adolescência participando de programas de rádio, e ao longo da vida trabalhou como cantor, ator, dançarino, produtor teatral, apresentador e artista plástico. Declarou publicamente sua homossexualidade em 1975, em entrevista à revista Fatos & Fotos, sendo uma das primeiras figuras públicas brasileiras a fazê-lo.
Em 1971, integrou o disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, ao lado de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. O álbum, de forte caráter experimental e satírico, é apontado como um marco da contracultura musical brasileira. Com a morte de Edy, todos os integrantes do projeto estão agora falecidos.
Após uma temporada na Espanha, onde atuou no teatro e na cena noturna, Edy retornou ao Brasil e, em 2017, lançou o álbum Cabaré Star, que chegou mais de quatro décadas após seu trabalho de estreia, Sweet Edy, de 1974.
Nos últimos anos, teve sua vida registrada na biografia Eu Só Fiz Viver: A História Oral Desavergonhada de Edy Star, escrita por Ricardo Santhiago, com colaboração de Igor Lemos Moreira e Daniel Lopes Saraiva. O livro foi lançado em janeiro deste ano, mês em que completou 87 anos.
Durante sua internação, Santhiago mobilizou redes sociais com atualizações sobre o estado de saúde do artista. Na quarta-feira (23), ele escreveu: “Nosso querido Edy Star sofreu um acidente doméstico na semana passada. Está internado numa UPA, mas seu estado de saúde vem piorando rapidamente. Aos 87 anos, corre risco de falência renal — o que pode ser fatal. Há mais de 30 horas ele aguarda por uma vaga em um hospital, mas não pode esperar mais. Ontem (22/04), ele chegou a ser admitido no próprio Hospital Heliópolis, mas aguardou mais de doze horas por uma ambulância que nunca chegou. Situações como essa não podem mais se repetir. É urgente que o atendimento seja garantido agora, com a responsabilidade e a celeridade que o caso exige.”
No mesmo dia, após a transferência de Edy ao hospital, outro comunicado foi publicado: “Edy Star está neste momento, finalmente, sendo tratado em caráter emergencial no Complexo Hospitalar Heliópolis. […] No entanto, sua situação ainda é crítica. Ele não tem vaga garantida na UTI e precisará de sessões intensivas de diálise. É fundamental mantermos atenção total e garantir que o hospital assegure sua vaga e a continuidade do seu tratamento.”
O falecimento foi anunciado com a seguinte nota: “É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento de Edy Star, no início da madrugada de hoje, 24 de abril. Ele chegou ao hospital em estado gravíssimo, foi submetido à diálise, mas enfrentava complicações mais severas. Edy viveu como quis — com arte, coragem e liberdade — e sempre merecerá nosso aplauso. Agradecemos profundamente todas as manifestações de carinho, solidariedade e mobilização nos últimos dias. Em breve, informaremos os detalhes sobre o funeral.”
Edy deixa como legado uma carreira de mais de seis décadas marcada por performances ousadas, presença constante em diversas linguagens artísticas e pela visibilidade pública da homossexualidade.
O velório de Edy Star será realizado nesta sexta-feira, 25 de abril de 2025, das 10h às 13h, no Cemitério do Araçá, localizado na Av. Dr. Arnaldo, 666 – Cerqueira César, São Paulo (SP), CEP 01255-000. Informações adicionais e envio de coroas podem ser feitas pelo número (11) 96592-6122. Assista ao trailer do documentário “Antes que me esqueçam, meu nome é Edy Star”: