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Conheça o alfaiate gay e católico que vestia o Papa Francisco

Filippo Sorcinelli cria vestes para o Vaticano há 25 anos; foi ele quem fez a primeira peça usada pelo falecido papa em 2013.

por Redação MundoMais

Sexta-feira, 02 de Maio de 2025

Um homem gay, tatuado e que veste ternos chiques. É assim que é descrito Filippo Sorcinelli, o alfaiate que vestia o Papa Francisco, que foi sepultado no último sábado, dia 26. Filippo é um artista italiano que cresceu em uma família de tecelões e costureiras. Além de ser alfaiate, ele também é perfumista, fotógrafo e pintor. Ele estudou arte sacra e tecelagem histórica no Museo del Tessuto em Prato, na Itália.

Ao longo de quase 25 anos de trajetória, Filippo tem se destacado com projetos no mundo das roupas litúrgicas com a marca estilo medieval reinterpretada com materiais modernos e tecnologia contemporânea. Em entrevista à Vogue americana, ele conta sobre sua trajetória, que se cruza com fé, arte sacra e sexualidade.

“Temos profundo respeito pela Igreja, nosso principal cliente, e a consciência de que não estamos apenas fazendo figurinos teatrais”, disse à revista.

Não foi apenas o Papa Francisco que ele vestiu. Antes, a partir de 2007, ele também fez vestimentas ao Papa Bento XVI. No total, foram mais de 50 vestes ornamentadadas o pontífice.

Durante o seu processo de criação, os detalhes das vestes não são tratados diretamente com os papas, mas Filippo conta que já chegou a ter encontros informais com Bento e Francisco. “Os mantenho no meu coração”.

Foi Filippo quem fez a primeira peça usada pelo falecido papa argentino, em 2013, na primeira missa de Francisco como pontífice. Ele criou uma peça simples, nas cores creme, branca e dourada. “Com o tempo, desenvolvi uma sensibilidade que me ajudou a perceber os traços e preferências de caráter do Papa Francisco”, explicou.

Para ele, é algo importante que a arte sacra transcenda o cotidiano. “A Igreja Católica deve manter sua identidade e não estar totalmente em conformidade com o mundo moderno. Isso significa ser fiel aos ensinamentos de Cristo, ao mesmo tempo em que se envolve com o mundo”, acredita.

Ele é conceituado no que faz. Em 2018, o Museu Diocesano de Milão fez uma retrospectiva de seu trabalho. Depois, em 2021, recebeu o prêmio de Arte e Liturgia por inovar no campo das vestes sagradas do Pontifício Instituto Litúrgico.

Fé e identidade

Sua fé vem de família. “Eu sempre carrego no meu coração meus primeiros passos quando criança: eu costumava acompanhar minha mãe para limpar a igreja paroquial na minha cidade natal”, contou à Vogue. Foram gestos simples e humildes do tipo que se tornaram sua assinatura de vida e trabalho.

“Ter fé, para mim, é ter se beneficiado dessa riqueza humana. Criar arte sacra hoje significa dar essa mensagem ao mundo. Eu não poderia dizer que estou vivo hoje se eu não tivesse experimentado esses momentos”, disse.

Filippo é gay e, ao longo dos anos, sua representatividade encontrou eco entre padres. Ele conta que vários padres homossexuais já o contataram para agradecê-lo. Para ele, sob o Papa Francisco, há uma parte da Igreja “genuinamente tentando abraçar ideais mais modernos”.

“Sou um homem de fé, mas não sou imune à dor ou à alegria. Sou alguém que anseia por respeito, constantemente lutando a batalha absurda entre quem eu sou e o que os outros esperam que eu seja. Mas uma coisa é certa: o perfume me fez livre. E a liberdade não é apenas fazer o que você quiser – é fazer o que você deve”, diz.

Ele reconhece que ainda há muitos lugares que fazem com que as pessoas se sintam julgadas ou excluídas por conta de orientação sexual, gênero ou história pessoal. Mas, para ele, isso acontecer em uma religião fundada sobre um Deus que "jantava com párias", isso é "uma ferida que clama". 

Despedida de Francisco

Sobre a morte de Francisco, Filippo disse que preferiu assistir de longe a despedida do pontífice. “Estou em um período de profunda mudança pessoal e preciso entender o significado por trás deste estado emocional", relatou.

"Para alguém que é cristão como eu, a figura do papa é um pilar central da vida”, disse o alfaiate à Vogue, declarando sua tristeza com a situação.

03-05-2025 às 09:53 Lenny
E não haverá descendência… Mas é lindo para ver que a homossexualidade não apaga a fé cristã.
03-05-2025 às 08:32 Sinceramente
Tantas coisas são feitas por mãos gays. ACEITEM!!!
02-05-2025 às 16:42 Zira
Bunita, a mana aufaiate da falsa profeta papa Francisca!