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"Tem gente que olha para mim e encontra coragem", afirma Majur

A artista acaba de lançar seu mais recente trabalho "Gira Mundo".

por Redação MundoMais

Segunda-feira, 02 de Junho de 2025

A cantora Majur acaba de lançar seu mais recente álbum “ Gira Mundo ”, que reúne 16 faixas inéditas com influências do afropop e da espiritualidade de matrizes africanas. O trabalho exalta orixás e elementos naturais por meio de canções cantadas em iorubá, com arranjos que misturam tambores e instrumentos orquestrais. A proposta do disco é valorizar a cultura afro-brasileira e resgatar narrativas apagadas da história do país.

Em entrevista, Majur falou sobre o processo criativo por trás do projeto. A cantora explicou que o álbum é o encerramento de uma trilogia que começou com “ Ojunifé ” (2020) e seguiu com “ ARRISCA ” (2023). Cada disco marcou fases distintas da trajetória pessoal e espiritual da artista, que se iniciou no candomblé antes mesmo de estrear oficialmente na música.

“Gira Mundo” foi gravado na Bahia, sob direção musical de Ícaro Sá e Ícaro Santiago. A faixa principal do álbum é “ Iroko ”, palavra que representa o tempo no candomblé. Para Majur, o tempo é o fio condutor do projeto. “Estou usando o tempo para demarcar a cultura no Brasil sob outro olhar, sob outra narrativa” , afirmou.

O álbum presta homenagem a divindades como Ogum, Iemanjá, Xangô, Oxóssi e Oxalá. Cada faixa representa um orixá e evoca a força de elementos da natureza, como vento, água, terra e fogo.

Segundo Majur, o ponto de partida do disco surgiu ainda em 2018, quando escreveu a canção “ Africaniê ”. A faixa, com raízes africanas e efeitos eletrônicos, foi o embrião de uma pesquisa mais profunda sobre ancestralidade e identidade. “Naquele início, eu queria entender o que as pessoas gostavam. Depois percebi que todas as partes que testei estavam dentro de mim” , revelou.

A relação com a religiosidade, no entanto, amadureceu com o tempo. “ Lati Kori Agbara dos Orixás ”, verso presente na primeira faixa do disco de estreia, significa “ eu canto o poder dos Orixás ”. Majur contou que aprendeu esse cântico dentro do axé, quando começou a frequentar festas e se conectar com a fé afro-brasileira.

A artista também reflete sobre a responsabilidade de ser referência para outras pessoas LGBT+, especialmente jovens pretas e trans que encontram na arte um caminho de liberdade e expressão.

"Tem gente que olha pra mim e encontra coragem. Eu sei disso. Recebo mensagens todos os dias de meninas dizendo que começaram a se entender depois que me ouviram cantar ou falar. Isso é muito maior do que qualquer prêmio” , conta.

Turnê internacional

A cantora revelou detalhes da nova turnê internacional do álbum. Diferentemente dos shows vistos no Brasil, Majur afirma que a produção internacional será mais intimista devido às limitações de tempo dos locais de apresentação, além de não contar com a equipe completa. "Vou com a banda reduzida, não vou com o meu com os meus bailarinos. É uma interpretação sozinha, porém, eu estou dançando muito, tudo dirigido pelo pelos meus coreógrafos. Então, lá fora eles vão conhecer quem é a Majur! ".

No palco, Majur assume o papel de guia espiritual, conduzindo a plateia por um repertório que mistura ritmos como ijexá, samba-reggae e soul. “É um espetáculo pensado para provocar sentimento, para abrir caminhos. Quero que as pessoas saiam do show com o coração mais leve e a mente mais aberta” , afirma a cantora.

A cenografia e os figurinos também foram desenhados para reforçar a atmosfera mística da turnê. Com referências visuais aos orixás e à estética afro-brasileira, Majur promete entregar não só um show musical, mas uma verdadeira experiência de cura coletiva e conexão com as raízes.

02-06-2025 às 11:27 Micóbriuns
Mona..................Eu olho pra tu, e vejo um ser humano como qualquer outro, nada D+. Em fim...........Lhe desejo sorte e luz.