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Cazuza e Supla gravaram música sobre desigualdade após encontros no Baixo Leblon

Parceria “Nem tudo é verdade” nasceu de trocas telefônicas e reflexões sobre classe e realidade social.

por Redação MundoMais

Segunda-feira, 07 de Julho de 2025

Nos bastidores da cena musical brasileira dos anos 1980, Cazuza e Supla desenvolveram uma relação que foi além da amizade eventual. Unidos por uma origem abastada e inquietações sociais em comum, os dois artistas colaboraram em uma canção que refletia suas visões sobre desigualdade e alienação: “Nem tudo é verdade”, lançada no primeiro álbum solo de Supla, em 1989 (ouça no final da matéria).

Em vídeo publicado nos Stories do Instagram, Supla compartilhou lembranças da convivência com Cazuza, morto em 1990. Segundo ele, os encontros ocorriam com frequência em programas de TV, como o do Chacrinha, e no Baixo Leblon, após gravações.

“Sempre foi muito educado comigo, divertido”, disse o cantor, acrescentando que a amizade se fortaleceu graças ao convívio familiar entre Lucinha Araújo e Yara Neiva.

O episódio que levou à criação da música envolveu também a fotógrafa Fabiana Kherlakian e o artista Marcos Bonisson, responsável pelo registro de uma imagem marcante na qual Cazuza aparece usando as botas de Supla durante uma sessão para a revista Bizz.

A colaboração musical, segundo Supla, foi feita à distância, por telefone. “Conversamos por telefone, trocamos ideias e ele me mandou algumas partes da letra”, afirmou. A letra, que critica a superficialidade de uma elite desconectada da realidade brasileira, foi interpretada por Supla como uma tentativa de expressar a contradição de quem “vem de família rica com noção do que acontecia ao nosso redor”.

Trechos como “Vejo o Brasil do avião, é tudo verde, é tudo em vão” revelam um olhar crítico sobre o país e o distanciamento entre aparência e realidade. A canção chegou a ser exibida no programa Fantástico, da Rede Globo.

No livro “Supla: crônicas e fotos do Charada Brasileiro” (2015), o músico descreve Cazuza como alguém “sem papas na língua”, que “falava o que vinha na cabeça” e “não tinha vergonha de ser o que ele era”. Para Supla, essa postura o aproximava do colega: “Eu também sempre busquei isso, desde o começo da minha carreira, como na letra de ‘Humanos’”. Para conhecer “Supla: crônicas e fotos do Charada Brasileiro”, clique aqui.

07-07-2025 às 15:04 Madurera-100% Ativaço.
Supra era um tesão em!? Um gatão mermo! Sobre Cazuza, levou uma vida...LOKA, não era, e não é, exempro pra ninguém! Em fim.....Boa tarde.