por Redação MundoMais
Quarta-feira, 09 de Julho de 2025
A Lei Paulo Gustavo (LPG) está impulsionando a cena cultural LGBT+ no Distrito Federal com um investimento direto de R$ 542 mil. Gerenciados pelo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds), os recursos da Linha Diversidade foram destinados a seis projetos que promovem inclusão, visibilidade e o fortalecimento de artistas e coletivos da comunidade.
O fomento representa um avanço significativo na criação de políticas públicas culturais mais inclusivas, contemplando iniciativas que nascem em territórios periféricos, escolas públicas e coletivos independentes. Os projetos selecionados utilizam a arte como ferramenta de transformação, abordando dança, formação e a cultura Ballroom.
Conheça três das propostas contempladas:
• Arte e educação contra a LGBTfobia
Idealizado pelo artista e educador Erivan Hilário, o Colorides – Festival de Arte e Diversidade leva a discussão sobre respeito e cidadania para dentro das escolas. A proposta, que parte do princípio de que a educação é a principal ferramenta contra a LGBTfobia, promove oficinas, intervenções artísticas e debates com estudantes da educação básica, criando um ambiente de escuta e ampliando a consciência sobre direitos humanos.
• Cultura Ballroom como resistência e emancipação
O projeto Baile de Guerrilha, proposto por Ruan Ítalo Guajajara, celebra os cinco anos da Casa de Onijá, um importante coletivo da cena Ballroom do DF. A iniciativa oferece oficinas remuneradas e suporte a eventos para a juventude LGBT+, com foco especial em pessoas trans, negras e indígenas da periferia. O objetivo é gerar renda, visibilidade e um senso de pertencimento.
“A LPG foi muito importante, porque nos deu a possibilidade de reformar o nosso espaço e readequar a Casa de Onijá, para termos um lugar mais salubre e seguro para trabalhar, além de trazer remuneração para o trabalho feito pelos artistas e toda a equipe envolvida”, destaca o produtor executivo Ruan Ítalo Guajajara.
•Dança e criação para corpos dissidentes
Focando na dança como campo de criação e cura, o projeto Meu Lugar realizou sua terceira edição entre agosto de 2024 e fevereiro de 2025. A iniciativa selecionou sete bailarinos LGBT+ do DF para uma residência artística dirigida pela coreógrafa Juana Miranda. Ao final do processo, os participantes apresentaram cenas autorais ao público, explorando temas como identidade e pertencimento.
“A Lei Paulo Gustavo foi essencial para garantir a execução da terceira edição […], mas também pela visão de ter várias categorias voltadas à projetos com temáticas LGBT+. Percebemos que era essencial ter um espaço de incentivo e de troca de artistas exclusivamente LGBT para o desenvolvimento de novas narrativas”, ressalta Juana Miranda.
Para Adriana Trancoso Albuquerque, coordenadora de projetos da Lei Paulo Gustavo no DF, o apoio reafirma o papel da cultura como vetor de transformação. “A diversidade não é um nicho, é a própria essência do fazer cultural. O que estamos vendo com a LPG é o florescimento de uma cultura mais democrática, plural e representativa”, observa.