por Redação MundoMais
Quinta-feira, 21 de Agosto de 2025
Um estudante de 23 anos foi espancado por um grupo de sete pessoas após dar um beijo em outro homem na Esplanada Ferroviária, na região central de Campo Grande (MS). O episódio de violência ocorreu no sábado (9), mas o vídeo que mostra a agressão viralizou agora nas redes sociais.
O que aconteceu
O estudante estava em um bar com o outro rapaz que ele havia conhecido. Na ocasião, os dois saíram do estabelecimento juntos e, ao se despedirem, deram um beijo em público, momento em que se tornaram alvos do grupo homofóbico.
Após o momento de afeto, eles passaram a ser agredidos. A cena foi registrada por imagens do circuito de segurança da região, e mostram as vítimas cercadas pelos suspeitos.
A primeira agressão foi verbal; depois, o grupo partiu para a violência física. Em depoimento, o estudante relatou que, inicialmente, o grupo disse que ali não era "lugar de viado" e mandou os dois irem embora.
Na sequência, o grupo partiu para a violência física, sem permitir que a vítima conseguisse escapar. O estudante disse que tentou fugir, mas caiu no chão e foi espancado pelos agressores com chutes, socos e capacetadas. O rapaz que estava com ele levou um soco na boca, mas conseguiu correr.
O estudante teve ferimentos no rosto e precisou levar alguns pontos. A motocicleta dele foi destruída pelos criminosos.
O caso foi registrado como lesão corporal dolosa e dano na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro de Campo Grande. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul disse que o caso ainda sob investigação e, até o momento, ninguém foi preso.
O vereador de Campo Grande cobrou "investigação séria" da Polícia Civil para localizar os suspeitos. Beto Avelar (PP), que é pai de um filho LGBT, disse se solidarizar com as vítimas e afirmou temer que seu filho também seja alvo de violência homofóbica. "Fico com o coração apertado com uma notícia como esta porque a homofobia mata — e não é só quando tira a vida fisicamente. Ela mata sonhos, mata a sensação de pertencimento, mata a paz de famílias inteiras. Nenhum pai, nenhuma mãe deveria temer todos os dias pela vida do seu filho simplesmente por ele amar quem ama", afirmou Avelar.
"Precisamos de uma investigação séria sobre esse caso e todos os outros de homofobia e transfobia. E, acima de tudo, precisamos de uma mudança cultural que coloque a vida e a dignidade acima de qualquer preconceito. Defendo a família e o amor em todas as formas. Família de verdade é aquela onde reina o amor. Onde há amor não há ódio, nem espaço para preconceito. Minha família é assim."(Beto Avelar, vereador de Campo Grande)