por Redação MundoMais
Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025
Um novo personagem apareceu esta semana em ‘Vale Tudo’: Luís (Guto Galvão), que se apresentou como pai de Sarita (Luara Telles). As mães da menina, Cecília (Maeve Jinkings) e Laís (Lorena Lima), ficaram em choque.
Após ouvir de um advogado que o homem tem direitos como pai biológico, as empresárias permitirão o encontro dele com a garotinha. A cena está prevista para o capítulo deste sábado (27).
Numa rede social, o Coletivo Dupla Maternidade postou uma ‘carta aberta’ à autora da novela, Manuela Dias, protestando contra o rumo dessa trama.
“Não existe ‘pai biológico’ em uma família de duas mães”, afirma. “Quando vimos que a novela teria uma família de duas mães, comemoramos. (...) Mas é inacreditável que em 2025 o que poderia ser representatividade seja transformado em desinformação, preconceito, desserviço.”
O coletivo solicita à Globo que a história de Cecília e Lorena “seja revista para uma abordagem mais construtiva e afetuosa”.
Sem pai biológico
O posicionamento do Coletivo Dupla Maternidade coincide com uma declaração da atriz Nanda Costa, que teve gêmeas com a companheira, a percussionista LanLan.
Num podcast, um entrevistador usou o termo ‘pai biológico’ ao comentar sobre as meninas. O casal reagiu. “Não, não tem pai biológico. Começa aí. É o doador. Então é o material genético. É o material genético de um doador”.
Decepção contra a autora
A trajetória dramatúrgica irregular das personagens Cecília e Laís desagradou não somente a uma parte da comunidade LGBT+ e do público, como também a alguns atores de ‘Vale Tudo’.
“Eu tinha uma expectativa de que Laís e Cecília teriam uma história mais desenvolvida. São as personagens LGBT da trama. Na primeira versão, uma delas morre. Realmente imaginei que elas entrariam mais na trama, mas isso não aconteceu”, lamentou Luís Lobianco, o Freitas da novela, a ‘O Globo’. O ator é declaradamente gay.
A falta de romantismo entre Cecília e Laís frustrou a expectativa de numerosos telespectadores, assim como os sumiços de ambas ao longo de vários capítulos e as subtramas superficiais, como a da sazonal militância pela causa animal.
As lésbicas de ‘Vale Tudo’ passaram mais tempo servindo de ‘escada’ para outros personagens do que vivendo intensamente a própria história no roteiro.