por Redação MundoMais
Quarta-feira, 01 de Outubro de 2025
A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando um caso de violência contra uma mulher trans de 20 anos, ocorrido na madrugada do último sábado (27), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Segundo relatos da família, a vítima, Aurora Celeste Santos Silva, foi agredida e sofreu violência sexual após marcar um encontro com um homem conhecido por meio de um aplicativo de relacionamentos.
De acordo com a denúncia registrada na 37ª DP (Ilha do Governador), Aurora foi encontrada por volta das 3h da manhã, desorientada, com ferimentos pelo corpo e um corte profundo na cabeça. Ela estava sozinha em uma rua na Barra da Tijuca quando foi auxiliada por um desconhecido, que a ajudou a embarcar em um ônibus. A jovem conseguiu retornar à casa da família, na Ilha do Governador, e foi encaminhada ao Hospital Municipal Evandro Freire, onde recebeu atendimento médico.
Segundo a vítima, o suspeito — identificado apenas como Bruno, de 56 anos — teria enviado um carro por aplicativo para buscá-la em casa, na noite de sexta-feira (26), com o convite para uma festa em seu apartamento. Aurora relatou à polícia que, após chegar ao local, teve o celular tomado pelo homem. Inicialmente, a interação entre os dois teria ocorrido de forma consensual, mas a situação mudou com a chegada de outras duas pessoas ao apartamento.
Foi nesse momento que, conforme o relato, a vítima passou a sofrer agressões físicas e violência sexual. Após o ataque, ela foi deixada na rua, sem o telefone e com diversos ferimentos.
A madrinha de Aurora, Mariangela Nassife, afirmou que o suspeito sabia que a jovem era uma mulher trans. Ela expressou preocupação de que o caso possa não ser isolado. “Assim como ele fez isso com a Aurora, pode ter feito com outras meninas trans. Estamos indignados. Isso é transfobia, racismo, tentativa de homicídio. Queremos justiça”, disse.
O caso está sendo acompanhado pelo Programa Estadual Rio Sem LGBTfobia, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Segundo dados do programa, o estado do Rio registrou 218 casos de violência LGBTfóbica até 26 de junho deste ano. Em 2023, foram 227 registros; em 2024, até o momento, são 171.
A Polícia Civil segue investigando o caso e busca identificar os outros envolvidos. Até o momento, não há informações sobre prisões ou a localização do suspeito principal.