por Redação MundoMais
Quinta-feira, 02 de Outubro de 2025
Diante de um alerta nacional sobre casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, vários bares e boates voltadas para o público LGBT+ em todo o país usaram suas redes sociais nos últimos dias para tranquilizar clientes e reforçar seus compromissos com a segurança. A mobilização ocorre apesar de nenhum dos 41 casos notificados no Brasil, sendo 37 em São Paulo, ter sido registrado nesses estabelecimentos.
Em uma ação preventiva para garantir a confiança do público, casas noturnas de diversas capitais publicaram comunicados com mensagens semelhantes. Em seus posts, os estabelecimentos afirmam que todas as suas bebidas alcoólicas são adquiridas exclusivamente de fabricantes e distribuidores oficiais e credenciados. A maioria também destaca que os produtos são acompanhados de nota fiscal, chegam lacrados e possuem selo de autenticidade, garantindo o controle de qualidade em todas as etapas.
No Rio de Janeiro, casas como Agyto, Portal Rio e Mansão L&D se manifestaram. Em São Paulo, a Balada Tunnel e a Casa Fluida fizeram o mesmo, com a Casa Fluida alertando sobre os perigos de preços “incrivelmente baixos”, que podem ser um indicativo de golpes. A preocupação se estendeu a outras capitais, com comunicados da Lab em Belo Horizonte e do Cabaret em Porto Alegre, que destacou seus 32 anos de história como prova de confiança.
Em Brasília, a Birosca do Conic, o Âm.bar e a distribuidora Pipa Drinks também se posicionaram. Sócio-fundador da Pipa Drinks, João Pires reforçou os cuidados em entrevista: “A gente se preocupa muito desde o começo da nossa produção, com a procedência dos insumos que a gente compra, com todos os nossos processos produtivos aqui dentro da fábrica”.
O objetivo dos empresários é claro: além de garantir a segurança, a ação busca evitar uma “fuga” do público com medo de consumir bebidas falsificadas, reafirmando que a diversão em seus espaços é, acima de tudo, segura.
Saiba como reagir a sintomas
Nesta quarta (1), o Ministério da Saúde soltou uma nota técnica com orientações para a imediata notificação ao Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de casos suspeitos ou confirmados por intoxicação por metanol.
Entenda casos de intoxicação por metanol
Uma pessoa morreu no estado de São Paulo vítima de intoxicação por metanol. Outras quatro mortes seguem em apuração se a causa do óbito tenha sido por intoxicação.
Segundo balanço da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo, divulgado na manhã dessa quarta (1), foram registrados 25 casos de contaminação, sendo 18 em investigação e 7 confirmados.
Metanol no organismo
A toxicidade do metanol aparece apenas após o fígado processar a substância. A enzima álcool desidrogenase (ADH) transforma o metanol em formaldeído, um composto altamente reativo. Em seguida, esse formaldeído é convertido em ácido fórmico, que se acumula no sangue.
O ácido fórmico é o principal responsável pela acidose metabólica severa — quando o sangue fica excessivamente ácido — e pelos danos às mitocôndrias, prejudicando a produção de energia das células.
É ele também que ataca diretamente o nervo óptico, podendo causar cegueira, e que compromete órgãos vitais, como rins, pulmões e cérebro.
A intoxicação por metanol não pode ser tratada em casa e, quanto antes for feito o diagnóstico e o tratamento, maiores são as chances de sobreviver.
Primeiros sintomas
Os principais sintomas de intoxicação por metanol são:
• Dor de cabeça intensa;
• Alterações de consciência;
• Náusea;
• Dor abdominal;
• Vômito;
• Vertigem;
• Sintomas visuais como a visão borrada, fotofobia e até a perda súbita da visão;
• Se a ingestão for muito intensa e muito rápida, o indivíduo pode evoluir rapidamente para um coma.
Os sintomas de intoxicação podem ser facilmente confundidos com efeitos da ressaca, nas primeiras 10 ou até 12 horas.
Contudo, se os efeitos persistem ou se agravam, é preciso suspeitar da intoxicação e procurar quanto antes a emergência.