ASSINE JÁ ENTRAR

Biktarvy: novo remédio contra HIV chegará em breve ao SUS

Droga pode ser opção para início de tratamento ou para quem não pode usar a terapia dupla.

por Redação MundoMais

Sexta-feira, 03 de Outubro de 2025

É muito bom olhar para a história do tratamento do vírus HIV, observar como em tão pouco tempo saímos de uma doença que era uma condenação à morte e ver o quanto conquistamos cientificamente, como a doença saiu de uma condição em que não havia o que fazer para retardar a morte dos infectados ao que é hoje, uma condição crônica completamente controlável.

E mais do que isso, todo este caminho, saindo de comprimidos grandes, em que tinham que ser ingeridos vários deles, várias vezes ao dia, com muitos efeitos colaterais, para a realidade que temos hoje: um ou dois comprimidos, na maioria dos esquemas, e com poucos efeitos colaterais, possibilitando uma qualidade de vida muito melhor. E a boa notícia é que essa evolução não para.

Hoje, vamos falar sobre um novo medicamento que deve chegar em breve ao Sistema Único de Saúde, SUS, que promete ser um divisor de águas no tratamento do HIV aqui no Brasil. Estamos falando do Bictegravir/Emtricitabina/Tenofovir Alafenamida, ou, para facilitar, vamos chamá-lo pelo nome comercial: o Biktarvy.

O Biktarvy

O Biktarvy é o que chamamos de um medicamento de dose fixa combinada. Isso significa que em um único comprimido temos três medicamentos diferentes que agem juntos para combater o vírus HIV.

E por que isso é tão importante? Primeiro, porque simplifica a vida do paciente. Em vez de tomar três comprimidos separados, você toma um só, é mais fácil de guardar em casa, menos volume para levar em viagens, mais discreto e tudo isso ajuda muito na adesão ao tratamento, ou seja, em tomar a medicação de forma correta e no horário certo.

E como vocês já sabem, a adesão é a chave para o sucesso no tratamento do HIV. Se tiver dúvidas sobre isso, clique aqui neste link sobre a resistência viral.

Os três componentes do Biktarvy são: Biscegravir, Emtricitabina e Tenofovir Alafenamida. O Bictegravir é um antiviral do tipo inibidor de integrase, o mesmo tipo do dolutegravir usado hoje no esquema de primeira escolha.

Mecanismo de Ação

Esse tipo de medicamento atua inibindo, ou seja, bloqueando, impedindo o funcionamento da integrase, que é uma enzima que o vírus da imunodeficiência humana usa como uma ferramenta para se inserir e se “integrar” no DNA da célula humana e, assim, se multiplicar. Bloqueado esta ferramenta, os antivirais do tipo inibidores da integrase impedem a replicação do vírus.

Já a Emtricitabina e o Tenofovir Alafenamida, mais conhecido como TAF, são antivirais do tipo inibidores da transcriptase reversa. A transcriptase reversa é outra enzima que o vírus usa para conseguir se multiplicar dentro da célula e estes remédios, ao inibí-las, também impedem a multiplicação do vírus da imunodeficiência humana por meio de outro mecanismo.

Ou seja, o Biktarvy ataca o vírus em duas frentes diferentes, o que o torna extremamente eficaz. Ele age de forma rápida, diminuindo a carga viral — a quantidade de vírus no sangue — de maneira mais acelerada do que outros tratamentos mais antigos.

Outra vantagem muito importante do Biktarvy é o TAF. O Tenofovir Alafenamida é o primo do tenofovir mais antigo, que está presente no esquema de primeira escolha atualmente. Acontece que o fumarato de tenofovir desoproxila, que é o nome todo do tenofovir mais usado hoje em dia, tem maior risco de toxicidade renal e desgaste ósseo ao longo do tempo. Não são todos os pacientes que o utilizam que vão necessariamente ter estes problemas, mas é algo que efetivamente pode ocorrer.

Então, ter um remédio com menor toxicidade e que tenha um mesmo efeito terapêutico é muito bem vindo em um esquema de tratamento de longo prazo como é o do HIV.

O TAF que está no Biktarvy, que é um tipo de tenofovir que age de forma mais segura, se concentra mais dentro das células, o que significa que precisamos de uma dose menor para ter o mesmo efeito. E isso, na prática, se traduz em menos toxicidade para os rins e os ossos, o que é um ganho enorme em qualidade de vida a longo prazo.

Ele existe, hoje, no Brasil, para casos muito específicos, não é usado de rotina. E a terapia dupla, por exemplo, com o dolutegravir e a lamivudina, ou seja, um esquema sem o tenofovir, não é uma opção para todos os casos e não é uma opção para início de tratamento.

Então, o Bictarvy seria uma excelente opção, por exemplo, para paciente em início de tratamento, porque não pode fazer uso de terapia dupla para pessoas com lesão no rim ou problemas ósseos que não podem usar o tenofovir, pessoas co-infectadas pelo HIV e hepatite B que não podem fazer terapia dupla mesmo depois da carga viral do HIV indetectável.

Outro ponto fundamental é a barreira genética do Bictegravir. Isso quer dizer que o HIV tem uma dificuldade muito maior para desenvolver resistência a esse medicamento. Isso é essencial para o sucesso do tratamento, porque se o vírus se torna resistente, o remédio para de funcionar. O Biktarvy é uma opção muito robusta, o que nos dá mais segurança de que o tratamento continuará funcionando.

Indicações

A ideia, a princípio, é que o Biktarvy seja indicado para três grupos de pacientes: 1) Pacientes que estão começando o tratamento: aqueles que nunca tomaram medicação para HIV antes; 2) Pacientes que já estão em tratamento e têm a carga viral indetectável: ou seja, o tratamento atual já está funcionando perfeitamente, mas o médico pode optar pela troca para o Biktarvy por uma questão de tolerância e segurança; 3) Pacientes em regime de terapia combinada com dolutegravir e que apresentam falha virológica: isso é um pouco mais técnico, mas significa que o paciente já está em tratamento com dolutegravir e, por algum motivo, parou de funcionar e a carga viral subiu novamente. O Biktarvy, neste caso, pode ser uma excelente opção de segunda linha, ou seja, uma nova chance de sucesso no tratamento.

O Bictarvy já existe fora do Brasil. Ainda não está disponível aqui para gente, mas está em vias de com os protocolos das indicações de seu uso dentro do Sistema Único de Saúde já em andamento.

Sempre é bom lembrar que não é porque um remédio novo chega que será a melhor opção para todo mundo. Por isso, cada um que chega precisa sem analisado por nós, especialistas, para avaliar se cada paciente será beneficiado pelo novo esquema ou não.

03-10-2025 às 12:25 Madama Dell Barry
Todo avanço contra a Tia Dora/HIV, é muito bem vindo!!! Mas....................Não adianta tanto avanço, se tem muita mana que cruza nus pelo com vários maxo!!!! HIV tem tratamento? Felizmente sim! Tem cura? Infelizmente não! Ainda mata? Infelizmente sim, centenas mundo a fora todos os anos!!! Sendo assim, num resumo eu falo............USEM SEMPRE CAMISINHA/UM PARCERO JÀ TÀ BÂO!!!! CRIEM VERGONHA NA CARA, ANTES QUE SEJA TARDE D+!!!!! Bom dia.