Pedro Novaes viverá romance com mulher trans em novela da Rede Globo

A novela “Três Graças”, de Aguinaldo Silva, que estreia este mês na faixa das 21h da TV Globo, contará com um núcleo que abordará o relacionamento entre o personagem de Pedro Novaes e uma mulher trans, interpretada por Gabriela Loran.

A trama acompanha Leonardo “Léo” Ferrette, papel de Novaes, filho da empresária Zenilda (Andréia Horta) com o poderoso Santiago Ferrette (Murilo Benício), que se envolve com Viviane, uma farmacêutica trans interpretada por Loran.

O envolvimento entre os personagens já vinha sendo noticiado como um dos pontos de tensão do núcleo jovem da novela. Apesar disso, Gabriela Loran usou suas redes sociais para criticar manchetes que apontavam que ela teria confirmado cenas quentes com o ator. “Gente, é muito frustrante como a mídia trata minhas entrevistas. Sempre tendenciosas, levando para cunho sexual ou me associando a temas polêmicos sobre ‘trans’. Eu não falei sobre cenas quentes. Colocando palavras na minha boca!”, escreveu a atriz no X (antigo Twitter).

Em entrevista à revista Quem, ela também havia declarado: “A gente recebeu 30 capítulos, ainda não sei como vai ser o desdobramento desse encontro deles dois. Eles já se encontraram, estou na expectativa”. A atriz ressaltou ainda a responsabilidade de ocupar espaço no horário nobre: “Estar sendo assistida por 30 milhões de pessoas diariamente é uma responsabilidade muito grande. Mas estou entregando tudo”.

Projeção de Pedro Novaes

Pedro Novaes, nascido em 17 de outubro de 1996, é filho dos atores Letícia Spiller e Marcello Novaes. Além da carreira como ator, também atua como baterista da banda Fuze, formada com amigos de infância. Ele estreou na TV em “Sol Nascente” (2016), interpretando o personagem Vittorio em sua versão jovem. Ganhou maior visibilidade em “Malhação: Toda Forma de Amar” (2019), no papel de Filipe, um dos protagonistas.

Nos últimos anos, alternou trabalhos na música e na atuação, como na novela “Garota do Momento”, na qual interpretou Beto. Apesar do sobrenome conhecido, Pedro costuma afirmar em entrevistas que encara a profissão com seriedade e busca trilhar uma trajetória própria no meio artístico. Em declarações anteriores, reconheceu o privilégio de ter portas abertas, mas reforçou o compromisso com o ofício por meio de estudo e dedicação.

Desafios da representatividade de Gabriela Loran

Gabriela Loran nasceu em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, em 18 de maio de 1993. Formada em Artes Cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), iniciou sua transição de gênero aos 23 anos, ainda durante a formação acadêmica. A atriz também cursa psicologia, área que considera complementar à sua trajetória artística.

Em 2018, fez história ao se tornar a primeira atriz trans a integrar o elenco de “Malhação: Vidas Brasileiras”, interpretando a professora de dança Priscila. Desde então, ampliou sua presença em diferentes produções televisivas e cinematográficas. Interpretou a personagem Giovanna nas três temporadas da série “Arcanjo Renegado”, exibida pelo Globoplay, além de ter participado das novelas “Cara e Coragem” (como Luana) e “Renascer” (como Maitê).

No cinema, deu vida à personagem Paulinha no longa-metragem “O Último Animal” (2022), trabalho que lhe rendeu uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz no Los Angeles Brazilian Film Festival.

Em entrevistas, Gabriela costuma reforçar a necessidade de ampliar a diversidade de papéis destinados a pessoas trans no audiovisual, sem reduzir suas narrativas à condição de gênero. Em declaração à CNN Brasil, afirmou: “Mesmo sendo uma mulher trans, ser trans não define a mulher que sou, eu sou muito além disso”. Ela também critica a sexualização e o sensacionalismo em torno de sua identidade, especialmente em entrevistas que acabam sendo distorcidas para gerar polêmica.