por Redação MundoMais
Quinta-feira, 16 de Outubro de 2025
O ator Mateus Solano, 44 anos, falou abertamente sobre sua imagem pública e os comentários que recebe a respeito de sua orientação sexual. Em entrevista à coluna Gente, da Veja, ele afirmou que nunca se incomodou com o fato de expressar trejeitos e rebateu as comparações com Félix, personagem que interpretou na novela “Amor à Vida” (2013).
“Lembro que depois do Félix as pessoas falavam: ‘Ih, agora o personagem não sai dele, está lá dando pinta e coisa e tal’. Falo: ‘Gente, dou pinta muito antes do Félix. Aliás, emprestei a minha pinta para o Félix e não contrário’”, afirmou o ator para a coluna.
Solano explicou que sua forma de atuar é resultado de uma troca entre o intérprete e a personagem, e não uma transformação pessoal. “Sou eu que empresto as minhas ferramentas e os meus trejeitos para o personagem, e não o contrário. Então, não me incomoda absolutamente”, completou.
Virada na carreira de Mateus Solano
O ator reconhece que o papel de Félix, um homem gay que marcou a teledramaturgia brasileira, foi um divisor de águas em sua carreira. Para ele, a força do personagem estava na capacidade de gerar debate social. “Você fazer um país inteiro parar para discutir preconceitos é a coisa mais forte para um artista. É o que quero no teatro, é o que quero para meus personagens”, disse.
Na entrevista, Solano também falou sobre o debate em torno dos direitos autorais de reprises e exibições em plataformas de streaming. Segundo ele, atores ainda enfrentam dificuldades para receber uma compensação justa pelo uso de suas imagens. “O justo é pagar, mas é o mais difícil de acontecer, cada vez mais. Estamos lutando ali pelos 12%, no caso do dinheiro que a Netflix não paga, e não paga imposto e recolhe tudo que ela ganha aqui no Brasil”, declarou.
Para Solano, é preciso rever a forma como o trabalho artístico é valorizado. “Se vai passar a novela do Félix, por que senão para ver o Félix? E vai assistir ao comercial. Portanto, a gente precisa rever isso, né? Multiplicam-se as formas de explorar o nosso trabalho, mas não se multiplicam as formas de nos remunerar”, concluiu.