ASSINE JÁ ENTRAR
Promoção Black Friday Promoção Black Friday

Igreja Católica nomeia bispo para acompanhar pastoral LGBT+ no Brasil

Designação de Dom Arnaldo cria função inédita voltada à escuta e ao cuidado espiritual de católicos LGBT+, fruto de dez anos de diálogo.

por Redação MundoMais

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2025

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) designou Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, bispo de Jundiaí (SP), como responsável pelo acompanhamento espiritual de grupos católicos LGBT+. A função, inédita no país, foi oficializada após decisão tomada em 17 de outubro. No cenário internacional, apenas Alemanha e Bélgica contam com bispos nomeados especificamente para acompanhar essa pastoral.

Segundo a Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+, a escolha reflete o trabalho de coletivos que atuam há cerca de dez anos no diálogo com a Igreja e na defesa da presença de cristãos LGBT+ nas comunidades. Em comunicado, a entidade afirmou que a nomeação é resultado de uma caminhada sustentada pelo processo sinodal e pela parceria com o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB).

A Rede destacou ainda que a nomeação marca a construção de um espaço de participação dentro da Igreja Católica, voltado à escuta e ao cuidado pastoral. O texto afirma que a medida expressa um compromisso com a comunhão entre leigos, religiosos e clérigos diante de demandas específicas dessa parcela de fiéis.

Dom Arnaldo permanecerá como bispo referencial até 2028. Ele é o primeiro a ocupar o cargo no Brasil e ficará responsável por acompanhar a Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+, apoiando ações pastorais ligadas à vivência da fé dentro desse segmento.

Realidade LGBT+ brasileira

Em entrevista ao jornal Jundiaí Agora, o bispo afirmou que pessoas LGBT+ ainda enfrentam forte discriminação no país. Ele citou episódios de violência física, psicológica e religiosa, incluindo homicídios motivados por ódio e rejeição. Para ele, discursos religiosos usados para atacar a dignidade humana contradizem valores centrais do cristianismo.

Dom Arnaldo também chamou atenção para o impacto da rejeição na saúde mental dessa população. Segundo o bispo, ambientes religiosos podem contribuir tanto para o acolhimento quanto para o afastamento desses fiéis: “O índice de suicídios entre os jovens LGBT+ é cinco vezes maior se comparado com os jovens heterossexuais. Infelizmente, a homofobia também está presente em nossas comunidades cristãs”.

Para ele, a missão pastoral deve incluir todos os fiéis, sem incentivo à hostilidade. “Se para alguns, a presença dos nossos irmãos e irmãs LGBT+ na Igreja é motivo de escândalo, escândalo ainda maior é excluí-los e marginalizá-los”, concluiu.

02-12-2025 às 09:52 @@@
Eu não confio nisso não!