por Redação MundoMais
Quarta-feira, 30 de Março de 2011
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) disse nesta quarta-feira (30), durante o velório do ex-vice-presidente José Alencar, que está se “lixando” para os movimentos homossexuais. Ele se envolveu em uma polêmica nesta semana, no programa CQC, da Band, exibido na noite de segunda (28). Em uma entrevista para o quadro "O povo quer saber", Bolsonaro afirmou que não discutiria "promiscuidade" ao ser questionado pela cantora Preta Gil, sobre como reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra.
O deputado explicou que queria dizer que namoro entre gays é que é promiscuidade. “O que eu entendi ali da Preta Gil, por Deus que está no céu, era como eu reagiria se acaso o meu filho tivesse um relacionamento com um gay. Foi isso que eu entendi”, explicou o deputado, em entrevista no Palácio do Planalto.
O deputado estendeu as críticas à cantora, dizendo que ela não tem “credibilidade” para falar em ética. Após a exibição do programa CQC, Preta Gil postou no Twitter que processaria Bolsonaro: "Advogado acionado, sou uma mulher Negra, forte e irei até o fim contra esse Deputado, Racista, Homofóbico, nojento".
Bolsonaro rebateu: “Todo mundo que quiser entrar com processo é justo. O caminho para resolver os problemas é na Justiça. Agora, que exemplo ela tem de vida para cobrar ética? Se você entrar no blog dela, está escrito lá que ela já participou de atos sexuais com outras mulheres, participa de suruba”, afirmou.
Questionando sobre o que achava dos movimentos homossexuais, que o acusam de homofobia, ele afirmou: “Eu estou me lixando para esse pessoal. Criaram aí a frente parlamentar de combate à homofobia, frente gay aí. O que esse pessoal tem para oferecer para a sociedade? Casamento gay? Adoção de filhos? Dizer que se seus jovens, um dia, forem ter um filho, que se for gay é legal? Esse pessoal não tem nada a oferecer.”
Apesar das críticas, Bolsonaro afirmou não ter nada contra o que os homossexuais fazem "entre quatro paredes". "Não tenho nada a ver. Cada um faz o que quer com seu corpinho cabeludo entre quatro paredes. O que eles têm para me oferecer não interessa. Agora, eu não quero que o público LGBT crie currículo para as escolas públicas de primeiro grau."
COTAS - O deputado também criticou projetos de lei que estabelecem cotas para gays no ensino público. "A Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, lançou aí o Programa Nacional de Direitos Humanos para o público LGBT, que cria cotas para professor homossexual de primeiro grau. Cria bolsa de estudos para jovem homossexual. Cria estágio remunerado para jovem homossexual. Agora, além das cotas mais variadas que temos hoje, vai ter cota para homossexual", disse.
Bolsonaro disse não temer perder a cadeira na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. "Quem manda na minha cadeira é o líder do meu partido", afirmou, dizendo ainda que não vai parar de defender suas ideias. "Soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é covarde. Estou aqui para defender minhas ideias. (...) Não vou me acovardar por ação da Preta Gil."
Ao ser questionado sobre se é racista, ele disse: "Racista, eu? Só tem pobre nas Forças Armadas, como posso ser racista?"
Fonte: G1