por Redação MundoMais
Sexta-feira, 10 de Junho de 2011
FRANÇA - O governo francês voltou a rejeitar o casamento gay, durante o primeiro debate realizado sobre o assunto no parlamento, que aconteceu nesta quinta-feira, após a apresentação de um projeto de lei pelo partido socialista, de oposição.
Este debate é uma oportunidade de mostrar o quanto a nossa sociedade preza o casamento, a segurança que ele traz em relação a outra uniões e o símbolo social que representa, declarou o Ministro da Justiça Michel Mercier na Câmara dos Deputados.
O casamento ainda representa a base da família, apesar de não ser o modelo único de união e de parentesco, afirmou. É justamente em razão da pluralidade de uniões possíveis que devemos respeitar as especificidades de cada um.
Em 1999, o governo do primeiro ministro socialista Lionel Jospin criou o Pacs (Pacto Civil de Solidariedade), um contrato de união estável que pode ser firmado por casais tanto homossexuais quanto heterossexuais.
O nosso governo iniciou um forte movimento rumo a uma igualdade de direitos entre parceiros de um Pacs e esposos, afirmou o ministro Mercier, do partido conservador UMP. Porém, "o casamento e o Pacs não tem vocação para tornarem-se similares de um ponto de vista familiar".
O deputado socialista Michel Bloche, relator do projeto de lei, lembrou que sete países europeus já reconheceram o casamento entre pessoas do mesmo sexo (Holanda, Bélgica, Espanha, Noruega, Suécia, Portugal e Islândia). Segundo Bloche, esses países, mesmo aqueles que como a França tem "cultura católica muito marcada", não foram "abalados nos seus fundamentos" por esse reconhecimento.
Ele também afirmou que apesar da França ter sido "pioneira" com a criação do Pacs, está hoje "atrasada". Precisamos alcançar um novo patamar no caminho da igualdade de direitos, completou.