por Redação MundoMais
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2017
Como forma de protesto, o ativista LGBT Toni Reis (foto) fez um requerimento ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para pedir sua aposentadoria compulsória. A ação é uma forma de resposta à decisão em caráter liminar do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, do Distrito Federal, que determina que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) não pode proibir terapias de “reversão sexual” para curar a homossexualidade.
Em seu Facebook, Toni Reis, diretor do Grupo Dignidade - organização que luta por direitos LGBT -, compartilhou o documento na íntegra em que pede pela aposentadoria. Para começar, ele explica que a decisão do juiz contraria a Resolução 001/1999 do Conselho Federal de Psicologia e que promove o “curandeirismo e o charlatanismo, uma vez que a decisão infere que as pessoas homossexuais são doentes e passíveis de tratamento, liberando assim a ‘cura gay’”.
“Entende-se que a partir dessa decisão, em torno de 20 milhões de pessoas brasileiras que são homossexuais (segundo estimativas científicas baseadas no estudo de Kinsey, 1948) tornam-se inválidas e, portanto, elegíveis para receber aposentadoria por invalidez”, escreveu. “Reconheço que o pagamento desse benefício imprevisto possa quebrar a Previdência Social uma vez por todas, mas sugiro que o déficit incorrido seja recuperado por meio da taxação da renda das igrejas que promovem a ‘cura gay ’.”
Além disso, Toni também sugere o valor mensal da aposentadoria no valor de 24 salários mínimos, com “isenção de todo e qualquer imposto por motivo de crença (ou melhor, doença), e com direito a passaporte diplomático para poder empregar o tempo ocioso em viagens ao exterior, buscando a cura em centros avançados, e também divulgando a boa nova brasileira relativa à cura do ‘homossexualismo’”.
“Sendo uma dessas pessoas inválidas, devido à minha condição homossexual que é de notório saber, venho por meio deste requerer minha aposentadoria compulsória, com direito a acompanhante especializado, retroativa até o início das primeiras manifestações da minha homossexualidade , por volta do ano de 1970”.