por Redação MundoMais
Quarta-feira, 27 de Dezembro de 2017
Somos contra a ‘ideologia de gênero’ porque ela busca distorcer a mente dos nossos filhos, confunde as crianças e mete na cabeça delas conceitos equivocados de sexualidade.
A declaração poderia ter sido de qualquer manifestante que estava no SESC Pompeia, em São Paulo (SP), contra uma conferência da filósofa estadunidense Judith Butler no Brasil no início deste mês; mas é de um dos muitos que protestavam em frente ao Ministério da Educação em Lima, capital do Peru, em meados de março.
Na ocasião, milhares de peruanos saíram às ruas em defesa da família e contra a educação sexual nas escolas, em um processo semelhante ao que ocorre em outros países na América Latina. A mobilização teve apoio de setores religiosos e parlamentares.
Um levantamento feito pelo coletivo Actantes, em parceria com o Brasil de Fato, analisou as ocorrências dos termos “Ideologia de Gênero” em páginas de Facebook de 1º de agosto a 20 de novembro. Além do Brasil e Peru, o termo teve destaque no Uruguai, Paraguai, Equador, Chile, Bolívia, Costa Rica e Panamá.
Gráfico acima mostra interações na América Latina em torno do termo “ideologia de gênero”; em verde claro, temos o principal grupo formado no período, que reuniu as principais páginas da campanha “#ConMisHijosNoTeMetas”; em verde água, temos a nova direita brasileira, com articulações em torno de Eduardo Bolsonaro, MBL e Frota; no terceiro maior grupo, em rosa, estão páginas progressistas que representam a reação ao debate.
No período, foram mais de 8,4 mil publicações em 1.288 páginas na rede social, que geraram quase 3,8 milhões de compartilhamentos no Facebook. A principal hashtag usada pelos grupos conservadores #ConMisHijosNoTeMetas [Com meus filhos, não te metas, em espanhol], é também nome de um dos principais coletivos que têm articulado manifestações no Peru.