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Favorável

Começa a tramitar no Senado proposta que cria Estatuto da Diversidade Sexual e de Gênero.

por Redação MundoMais

Quarta-feira, 28 de Março de 2018

A partir desta segunda-feira (26), começou a tramitar no Senado a proposta que cria o Estatuto da Diversidade Sexual e de Gênero. O texto, proposto pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), recebeu parecer favorável da senadora Marta Suplicy (MDB-SP) na Comissão de Direitos Humanos da Casa, na última quarta-feira (21). Com isso, assim que for lido no plenário do Senado, ganhará um número e passará tramitar como projeto de lei.

A minuta do texto, elaborada em 2011, foi entregue ao Senado no ano passado, com o apoio da Aliança Nacional LGBTI [lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais] e de 100 mil assinaturas. Os fundamentos são os princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade, da liberdade e da não-discriminação, presentes na Constituição federal e na base do sistema político e jurídico brasileiro.

É imperiosa a imediata aprovação de um Estatuto da Diversidade Sexual, que consagra uma série de prerrogativas e direitos a quem ainda não é reconhecido como sujeito de direito: homossexuais, lésbicas, bissexuais, transgêneros e intersexuais. Também indispensável inserir os vínculos homoafetivos no âmbito do Direito das Famílias, com todas as consequências em outros direitos. Somente a edição de um conjunto de normas conseguirá impor o reconhecimento de todos os direitos a todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Com certeza é a forma mais eficaz para que o segmento, ainda refém do preconceito e da discriminação, obtenha respeito e inserção social”, justifica a OAB na proposta.

Ao dar parecer favorável na Comissão de Direitos Humanos (CDH), Marta Suplicy lembrou que o projeto ainda será apreciado pelas comissões competentes do Senado e depois pela Câmara. Em defesa do texto, a senadora adiantou que considera “nítida e robusta a constitucionalidade do texto”, que segundo ela, corrobora o entendimento unânime do Supremo Tribunal Federal. “Essa é uma lei que consolida a tolerância e o respeito que grande parte da sociedade já acolheu e pratica, mas que é necessária para defender os direitos de minorias contra a intolerância renitente e os costumes retrógrados de grupos bem organizados”, afirmou Marta.

Direitos

Entre os 111 artigos sugeridos, um deles, o 14, estabelece que as famílias homoafetivas terão todos os direitos assegurados no âmbito do Direito das Famílias e das Sucessões, entre eles: “direito ao casamento; direito à constituição de união estável e sua conversão em casamento; direito à escolha do regime de bens; direito ao divórcio; direito à filiação, à adoção e ao uso das técnicas de reprodução assistida; direito à proteção contra a violência doméstica ou familiar, independente da orientação sexual ou identidade de gênero da vítima; direito à herança, ao direito real de habitação e ao direito à sucessão legítima”.

Além disso, o texto também deixa claro que “ninguém pode ser privado de viver a plenitude de suas relações afetivas e sexuais, vedada qualquer ingerência de ordem estatal, social, religiosa ou familiar”. Em outro artigo, também proíbe qualquer tipo de discriminação. “Ninguém pode sofrer discriminação em razão da orientação sexual ou identidade de gênero real ou presumida, por qualquer membro de sua família, da comunidade ou da sociedade”, propõe o texto.

Resistências

Segundo os próprios idealizadores da proposta, aprová-la não será tarefa fácil. Segundo a presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual e Gênero do Conselho Federal da OAB, Maria Berenice Dias, até hoje, no Brasil, nenhum projeto de lei com esta temática sequer foi levado a votação.

“O primeiro projeto é de 1995, da então senadora Marta Suplicy, e absolutamente nada aconteceu. Todos os avanços alcançados até então, muito significativos, foram por meio do Poder Judiciário, o que motivou o próprio Executivo a tomar algumas iniciativas públicas, reconhecendo alguns direitos por serem reiteradas as decisões da Justiça neste país”, lembrou Maria Berenice.

A representante da OAB acrescentou que o legislador não deve se omitir da responsabilidade de assegurar direitos a todos os cidadãos e inserir dentro da tutela jurídica do Estado todos os segmentos da sociedade, principalmente os mais vulneráveis.

O senador Magno Malta (PR-ES), que também é pastor evangélico, está entre os que pretendem impedir que a proposta avance. “Isso [o Estatuto da Diversidade Sexual e de Gênero]é totalmente desnecessário. Se já existem decisões do Supremo Tribunal Federal, que não está autorizado a fazer leis [em favor do público LGBTI], pra quê? Isso vai de encontro a tudo o que nós acreditamos. Existe uma tramitação para que se debata o mérito disso. Eu tenho certeza que não vai andar, que não vai a lugar nenhum. Há uma maioria de cristãos convictos que acreditam na família tradicional, que acreditam em outros valores e certamente é essa maioria absoluta que está aí no Senado. Nós não vamos permitir [que essa proposta avance]”, criticou Malta em entrevista.

Como sugerir leis

As sugestões legislativas podem ser apresentadas por associações e órgãos de classe, como é o caso da OAB, bem como sindicatos e entidades organizadas da sociedade. Cidadãos também podem apresentar suas ideias no Portal e-Cidadania do Senado. Nesse último caso, serão analisadas como sugestão pela CDH caso consigam o apoio de no mínimo 20 mil pessoas pelo portal. Se aprovadas pela comissão, passam a ser projetos de lei e seguem a tramitação pelas comissões do Senado.

02-04-2018 às 07:47 Reinaldo
Pelo visto você não tem feito mais nada na vida ha não ser enfiar tudo no cu né Diego !!!!!!!!!
31-03-2018 às 12:59 Marcos DF
* " Somos todos Iguais " ...
31-03-2018 às 12:58 Marcos DF
Com o Alto Clero reinando no Senado e o Brasileiro que nada vê,ouve e lê acho uma Utopia essas tentativas de " Somos
29-03-2018 às 21:04 Jorge Jorge
Esse menino, o Diego SP, não aprendeu a arte de se curvar ao óbvio: o fato de nunca ter lido, uma linha que seja, de absolutamente nada. Ele não sabe nada. É a legitima bicha que de nada sabe. E, de nada sabendo, anda por aí a bicha, a desfechar despropérios e a acreditar em todos que se oponham a Bolsonaro. Bicha, minha amada. Bicha como eu, como meu marido. Bicha, amadinha, deixe de ser tolinha. Ah, e Mundo Mais. Olha só, Mundo Mais: Bolsonaro é o segundo colocado hoje à presidência. Ganhará? Não. Quem vencerá as eleições será Geraldo Alckmin. Todavia, Mundo Mais, deixa de ser bobinho. Para, por favor para, de sublinhar como inexistente o verbete Bolsonaro. Para de ser ridículo, Mundo Mais!
29-03-2018 às 19:49 Diego SP
Boa iniciativa. E aos contrários. Enfiem sua opinião no cu.
29-03-2018 às 09:15 Jorge Jorge
Graças à santa sociedade cristã a que se refere Estêvão, ela garantidora da liberdade, é possível que temas de tal natureza podem ser discutidos. Quanto ao besteirol falso e gayzista envolvido na proposta, creio que minha opinião já é de todos conhecida.
29-03-2018 às 07:25 Reinaldo
Preocupado mais com a situação Econômica do País do que com esse Estatuto da Diversidade Sexual e de Gênero.
28-03-2018 às 23:02 Estêvão
Eu não acredito que o projeto vire lei. Infelizmente a hipocrisia e retrocesso reinam na nossa santa sociedade "cristã".