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Difícil de acreditar

De cabelos curtos devido a quimioterapia, mulher é vitima de homofobia.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 27 de Novembro de 2018

De cabelos curtos por causa de um tratamento com quimioterapia, a educadora Deborah Lourenço, de 31 anos, relata que sofreu ofensas homofóbicas e agressões no Centro do Rio neste sábado (24).

Deborah tinha passado pela 16ª sessão de quimioterapia e se deslocou de Botafogo, na Zona Sul, para o Centro do Rio acompanhada pela mãe, onde tomaria café da manhã na tradicional Casa Cavé.

O caso, que ainda não foi registrado na Polícia Civil, ganhou notoriedade após um relato do marido de Deborah ter sido compartilhado mais de 20 mil vezes no Facebook.

Por acreditar que Deborah era um gay – uma vez que o tratamento para o câncer de mama ao qual se submete provocou a queda de seus cabelos, deixando-os muito curtos –, o homem, um guardador de carros do local, passou a xingá-la e empurrá-la.

Segundo a educadora, a situação aconteceu pouco depois das 8h30, na Avenida Presidente Vargas. Aos sábados, o trecho da pista sentido Centro, logo após o cruzamento com a Avenida Passos, é fechado ao tráfego e utilizado como estacionamento.

Era ali que Deborah, acompanhada pela mãe, pretendia estacionar. Poucos antes, elas estavam em Botafogo, onde a educadora passou por mais uma sessão de quimioterapia – tratamento ao qual se submete para combater um câncer de mama.

“O procedimento terminou mais cedo que o esperado e perguntei para minha mãe se ela não gostaria de ir ao Centro para tomarmos café da manhã na Casa Cavé – ela concordou. Combinamos que também aproveitaríamos para fazer algumas compras de Natal. Decidimos parar o carro na Presidente Vargas. Um guardador de vagas se aproximou e indicou o local onde deveríamos estacionar. Nesse momento, eu desci para esperar do lado de fora do veículo, uma vez que, no lugar onde o carro ficaria, eu não teria como abrir a porta. Foi quando o problema aconteceu”, relembrou Deborah.

Na calçada, ela esperava a mãe terminar a manobra na vaga. Nesse momento, um outro guardador apareceu e passou a abordá-la de forma agressiva.

“Ele começou a gritar: ‘É vinte! É vinte!’ Entendi que ele queria que eu desse R$ 20 para estacionar o carro ali. Eu ia começar a explicar que já havia acertado com o primeiro guardador, mas nem tive tempo – ele passou a me xingar: ‘Viadinho! Filho da p(*)! Viadinho de m(*)!’. Logo em seguida, estufou o peito, cresceu para cima de mim e passou a me empurrar. Eu não acreditava no que estava acontecendo, fiquei chocada. Só conseguia recuar para tentar não ser atingida. Nesse instante, o primeiro guardador entrou na minha frente e conteve o agressor. Corri para dentro do carro e pedi para que minha mãe nos tirasse dali logo”.

Ainda levaria algum tempo até que a tensão diminuísse, até que Deborah se acalmasse e conseguisse racionalizar sobre o que havia acabado de viver.

Outros olhares

Logo quando começou o tratamento para combater a doença, os cabelos de Deborah caíram por completo – reação esperada por conta das sessões de quimioterapia. A partir daquele momento, sempre quando andava pelas ruas, ela notava que as pessoas ao redor a olhavam com piedade.

A educadora admite que perceber que todos à sua volta estão com pena não é a melhor sensação do mundo, mas ao menos aquelas expressões, aqueles olhares, ela relembrou, transmitiam um sentimento positivo.

No entanto, neste sábado, logo após a confusão, já com o carro já estacionado próximo ao metrô da Uruguaiana, em meio à confusão típica das manhãs de sábado no Centro do Rio, Deborah entendeu o que tinha acontecido: ela foi vítima de manifestação mais agressiva de um comportamento que a própria educadora já havia percebido nos últimos tempos.

“Meus cabelos começaram a crescer novamente, mas, é claro, ainda estão bem curtos. Foi a partir desse ponto que a situação mudou. Ao andar pelas ruas de mãos dadas com meu marido, passei a notar que muita gente começou a nos olhar de forma estranha, agressiva, atravessada. Entendi que essas pessoas começaram a achar que eu era um homem e estava de mãos dadas com outro homem – ou seja, que éramos um casal homossexual. Quase que imediatamente, todos aquelas expressões de piedade que eu recebia foram substituídas por reprovação e raiva. Hoje foi o momento em que a homofobia e a violência daqueles olhares se transformaram em insultos e agressões – porque aquele guardador se viu autorizado a me agredir apenas porque achou que eu era um homossexual. É triste e difícil de acreditar”.

30-11-2018 às 21:46 Jorge Jorge
Observem o "teor".
30-11-2018 às 21:46 Jorge Jorge
Observem o ter, ele, sim, homofóbico, desse comentário do "tio". Ele diz "vai dar o rabo e para de encher". Ou seja, o comentarista aí me coloca na condição passiva e, manifestando-se contextualmente preconceituoso contra essa condição sexual, porque a considera inferior, ele a usa para me atingir. QUERIDO, COM MUITO, MAS MUITO, ORGULHO E PRAZER, SOU PASSIVÍSSIMA E JAMAIS DECLINAREI DESSA POSIÇÃO, QUE É MUITO GOSTOSA. Ocorre que ser passiva, ativa, gay ou não, não me impede, porque não sou idiota útil de esquerdopata, como você, de debater e sobretudo denunciar aquilo que entendo como uma aviltante e permanente tentativa de tornar os homossexuais bois de frigorífico do gayzismo sindical ongueiro empresarial. Um beijo, meu amor.
30-11-2018 às 21:41 Jorge Jorge
Edu, querido, é indiscutível que há violência a pessoa gay por ela ser gay, mas penso que a maior violência de que padecemos nos atinge a todos, independentemente de nossa condição afetiva. Essa exagerada vitimização ajuda os que andam no mundo em busca de grupos, os mais diversos, para instrumentalizá-los, como parte de um plano de poder. E veja, por exemplo, ó ódio exprimido neste último comentário.
30-11-2018 às 00:45 tio
sempre esse Jorge Jorge hipócrita com seus comentários idiotas e preconceituosos , tá fazendo oq numa página gay babaca . vai dar o rabo e para de encher
29-11-2018 às 01:32 Edu
Jorge Jorge http://especiais.correiobraziliense.com.br/brasil-lidera-ranking-mundial-de-assassinatos-de-transexuais https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/2018/09/com-126-ocorrencias-sao-paulo-lidera-ranking-de-denuncias-de-violencia-contra-lgbt-no-1o-semestre https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/brasil-e-o-pais-que-mais-mata-homossexuais-no-mundo https://oglobo.globo.com/sociedade/assassinatos-de-lgbt-crescem-30-entre-2016-2017-segundo-relatorio-22295785 https://www.huffpostbrasil.com/2018/06/06/os-13-projetos-de-lei-prioritarios-sobre-direitos-lgbt-que-estao-parados-no-congresso_a_23450721/
29-11-2018 às 01:18 Edu
Jorge Jorge, sim meu discurso não esta desatualizado, falo pelo que vejo não só na midia brasileira, mas dados de vários canais internacionais. Concordo que foi agredida por um vagabundo que nem deveria estar lá, mas vc percebe que por se enganar achando que ela era um gay afeminado ele iniciou xingamentos agressivos homofóbicos e não um xingamento por ser uma mulher que estava se recusando a pagar para ele tb. Outra coisa é que infelizmente a policia ainda não está preparada para atender casos de homofobia, os BOs são feitos como agressão, sem mencionar as vezes que a própria vítima é humilhada, ridicularizada durante o atendimento, falo isso por conhecer pessoas que foram fazer BO e passaram por mais este constrangimento, não é uma suposta violência contra gays, isso infelizmente é real e não mercadoria para vender notícia. Claro que existem as violencias geradas infelizmente tb entre casais gays, e ai sim devem ser tratadas como agressões e não homofobia, mas os casos de homofobia tem crescido assustadoramente aqui. Todos tem receios de sair e o que pode acontecer lá fora com eles, a insegurança é grande, não que isso só aconteça com gays, mas é um publico alvo de um numero assustador de agressores.
28-11-2018 às 22:56 Jorge Jorge
"Discurso"
28-11-2018 às 22:56 Jorge Jorge
Ela foi agredida por um vagabundo de rua, por si só um contraventor, que deveria estar longe dali e longe daquela profissão, que é ilegal. O Brasil não é o país mais intolerante com homossexuais. É mentira. Os números são trabalhados e os agentes públicos (policiais, MP etc.) estão profundamente sugestionados a enxergar racismo, feminicídio e homofobia em qualquer vítima de violência que seja negra, mulher ou gay, independentemente das circunstâncias que levaram àquela agressão. Assim, por exemplo, se um gay recebe um chute no rosto, cataloga-se aquilo como homofobia. Nem sempre será. O chute pode ser do próprio namorado ou por um desacerto de contas etc. É lógico que há crimes motivados por homofobia. É lógico que não estou aqui defendendo violência de qualquer espécie, mas que há muita mentira nisso tudo, ah, isso há! E por qual motivo? A muitos grupos, Edu, a suposta violência contra os gays interessa como mercadoria. Eles monetizam, exatamente isso, sobre a dor dos outros. Tome cuidado, querido. Atualize-se e atualize seu discruso.
28-11-2018 às 19:13 Edu
Ola Jorge Jorge, então a questão não é sobre genero ou não mas sim um crime de homofobia que uma pessoa sofreu. Só pelo fato da mulher estar se parecendo com um homem foi agredida verbalmente. Como ela mesma fala no inicio se incomodava com olhares de piedade mas que passou a ver como compaixão mas depois deste episódio começou a perceber que os olhares de desprezo das pessoas qdo passam por ela e seu marido de mãos dadas. Mesmo sendo um casal hetero mas por causa da sua atual aparência, as pessoas a confundem com um homem. Ao contrario do que vc colocou sobre a violência que esta instalada no Rio, essa atitude sim foi homofóbica, um kra vê uma pessoa com cabelos muito curtos, trejeitos femininos o identificou como um kra gay e desabou com xingamentos chulos, isso é homofobia sim. Qto a todas esses outros pontos que vc colocou são diversas discussões, para cada uma tem tres versões, a que foi dita, a que foi entendida e a que vc interpreta. Não concordo com muitas coisas mas como falei toda historia tem suas versões e nesse momento a notícia é especifica sobre homofobia que atinge milhares de pessoas e lembrando que o Brasil infelizmente esta em primeiro lugar no ranking que mais mata e agride LGBTQI+ (acho que a sigla hj é assim, não sei bem, caso esteja errado me desculpem), isso é triste e temos sim que denunciar.
28-11-2018 às 11:56 Jorge Jorge
Alerto a todos que há um indivíduo se fazendo passar por mim aqui no portal. Na matéria sobre adoção pelo casal gay, essa pessoa, que é vil, mas que pode ser desmascarada facilmente (há muitos meios legais para isso), se afirmou Jorge Jorge e se disse contrária à adoção por casais gays. Gente, repetidas vezes, inclusive na matéria sobre o senador eleito do Espírito Santo, defendi justamente o contrário, ou seja: o direito que os casais homossexuais têm de adotar. Alerto, pois, que há um imbecil aqui fazendo-se passar por Jorge Jorge. Não podendo, porque não tem argumentos, contrapor-se àquilo que defendo no democrático campo das ideais, essa pessoa apela à falácia, como forma de incriminar os outros. É um infeliz! Um coitado!