por Redação MundoMais
Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2018
Mais de 30 casais disseram sim, neste domingo (16), em um “casamentaço” em Belo Horizonte. A cerimônia, feita de maneira colaborativa e voluntária, foi também um ato defesa dos direitos da comunidade LGBT.
Há quatro anos, a enfermeira Amanda Lima e a professora Aline Santos sonhavam com esse dia Mas sempre faltava dinheiro e ele era adiado. Até que surgiu a oportunidade. “A gente ficou conhecendo pelas redes sociais o programa do ‘casamentaço’. E aí a gente resolveu se inscrever. Eu não acreditava que nós seríamos selecionadas e estamos aqui, está tudo acontecendo e vamos nos casar”, disse Amanda logo antes da cerimônia.
Os parentes das noivas não poderiam perder a festa para mais de 600 convidados. “E acho que a convivência de todas as pessoas seria muito mais fácil assim, se cada um aceitasse o outro como é. Eu ganhei uma outra filha”, diz a taxista Alexsandra Lima.
Com decoração especial, bolos, doces e música, o “casamentaço” foi realizado em um espaço no centro de Belo Horizonte.
No mês passado, o Senado abriu uma consulta pública sobre um projeto que pretende sustar os efeitos da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que dispõe sobre a habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre pessoas de mesmo sexo.
Diante disso, um grupo de amigos e de pessoas ligadas à causa LGBT em Belo Horizonte teve a ideia de se posicionar contra opiniões conservadoras, festejando o amor. Filipe Costa é um dos integrantes desse coletivo, que foi batizado de "Casamentaço".
“A gente começou a discutir de que forma a gente poderia criar um manifesto. Um grito coletivo em prol da liberdade, em prol dos direitos, em prol principalmente do direito civil dos casais da comunidade LGBT. E a gente pensou que a forma mais bonita e mais sincera de fazer isso é celebrando o amor, e de forma política também”, disse.
Shows de artistas como a cantora Fernanda Takai foram um dos muitos presentes paras os noivos e noivas. A cerimônia foi inter-religiosa e contou, por exemplo, com um pastor, um pai de santo e também com militantes da causa trans.