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Conceito ampliado

Especialistas elogiam decisão do STF sobre homofobia, e deputado evangélico reage.

por Redação MundoMais

Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

Especialistas ouvidos pelo Estado destacaram a importância de o Supremo Tribunal Federal (STF) ampliar o conceito de racismo, para criminalizar a homofobia. No entanto, a decisão não agradou a membros da bancada evangélica no Congresso.

“O conceito de raça social é mais amplo, nos aspectos político e social de raça”, diz o advogado Paulo Iotti, proponente das ações. “Racismo é gênero que admite negrofobia, xenofobia, religiofobia e etnofobia.” Para ele, o STF ver omissão do Congresso é uma “vitória política”.

Integrantes da comunidade LGBTI acompanham julgamento de duas ações que discutem a criminalização da homofobia na frente do STF; julgamento começou em fevereiro.

Na prática, não haverá mudança em texto de nenhuma lei, apenas o entendimento do Supremo de que essa deve ser a conduta dos juízes e dos delegados em ocorrências de discriminação por orientação sexual. “A partir da publicação da decisão, todos os juízes e tribunais estão vinculados a esse entendimento. Só que isso não pode retroagir para fatos praticados antes”, diz o especialista do Urbano Vitalino Advogados.

Para o professor de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV) Thiago Amparo, “há um histórico de omissão do Legislativo em trabalhar qualquer proteção aos LGBTs” e um sistema de proteção deficitário. “Por um lado, temos leis esparsas em alguns Estados que protegem administrativamente LGBTs. Por outro, temos no âmbito federal uma mora legislativa tanto na falta de lei de antidiscriminação geral que puna civilmente a LGBTfobia, quanto na falta de lei que tipifique a LGBTfobia.”

Sobre a relação entre liberdade religiosa e LGBTfobia, o professor Amparo destacou o entendimento do STF. “Os ministros deixaram muito claro que a literatura religiosa está garantida, principalmente no exercício da liturgia religiosa, qualquer que seja, desde que não se faça manifestações que configurem discurso de ódio.”

Legislativo e religião

Desde o início do ano, a bancada evangélica do Congresso pressionou o STF para que não entrasse na “agenda de costumes”, o que inclui a criminalização da homofobia. Grupos religiosos fizeram campanha nas redes sociais pela retirada do tema de pauta e pela liberdade religiosa. Nesta quinta-feira, 13, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), uma das lideranças do grupo, disse, no Twitter, que os ministros do STF “usurparam a competência do Legislativo”.

Em maio, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, por 20 votos a 1, projeto que criminaliza a homofobia, mas que faz exceção para garantir a liberdade religiosa. O relator, senador Alessandro Vieira (PPS-SE), acrescentou trecho que veda a restrição de manifestação “de afetividade em local público ou privado aberto ao público”, mas determinou que a regra não vale para templos religiosos. Ainda serão votadas na CCJ emendas ao texto do projeto.

16-06-2019 às 21:23 Josy de Souza
Para quem entende pouco, ou quase nada de Direito: o Judiciário pode sim legislar sempre que provocado para suprir falta de leis específicas em virtude de não cumprimento a comando constitucional e para isso serve o Mandando de Injunção. Isso é óbvio. O que não pode o Judiciário é deixar de dar fim e resposta a uma provocação do judiciário... Para quem pensa assim, como o Bolsonaro que por 28 anos não legislou nem pela não aprovação do Projeto de Lei interposto por vias legislativas, fica a pergunta: ESTARIA O STF LEGISLANDO SE, CONHECENDO DO MI, O JULGASSE IMPROCEDENTE?
15-06-2019 às 17:24 safadoxxxfun
na penúltima linha onde escrevi decisão do congresso quiz dizer decisão do STF.
15-06-2019 às 17:23 safadoxxxfun
Júlio, acontece que houve uma omissão do poder legislativo. Nesse caso como a constituição garante a proteção aos grupos vulneráveis como os negros, mulheres e deficientes físicos por analogia o STF resolveu aplicar essas leis aos homossexuais que por sua vez não foram comtemplados pelos constituintes pelo preconceito que reinava e ainda reina. O congresso por sua vez pode criar uma lei tratando do caso e que irá suplantar a decisão do congresso. Infelizmente o nosso congresso trabalha em ritmo de tartaruga em certas questões e a justiça não pode ficar parada em relação a isso.
15-06-2019 às 17:01 Cristiano
decide, sim, sobre casamento igualitario e outros temas, como foi o caso de Colombia e Equador. O Legislativo foi omisso, sim, em procrastinar, em quase 30 anos essa decisao do Supremo brasileiro.
15-06-2019 às 16:58 Cristiano
Na América, a Justiça, a nível federal,
15-06-2019 às 13:41 Mister Mell
Quem cria leis é o Congresso e não o STF. Cada um do seu quadrado!! Como afirmou o Julio, isso não se sustenta mesmo porque o crime primeiro tem que ser tipificado mas vamos viver numa bolha e acreditar em tudo o que nos conta sem questionar nada!!
15-06-2019 às 11:24 Call
não sei se precisa tanto
15-06-2019 às 06:42 Julio
Um STF que não se sustenta, LEGISLA prepotentemente no lugar do Congresso, rompendo discaradamente a lógica da independência dos Poderes da república. Kajuru nessa cambada. E ficam meia dúzia de gays achando que foi muito bom. Vai resolver o que? Algum garoto vai ser mais querido pelos pais porque os idiotas disseram que é crime?
14-06-2019 às 18:32 Marcus
muito feia a postura desses deputados evangélicos.
14-06-2019 às 17:20 Gordo
È necessário um texto da lei que seja mais amplo. Por isso sou a favor do legislativo verificar essa lei pois mais atrapalhará do que ajudar... veremos...