ASSINE JÁ ENTRAR

Nepal incluirá pessoas LGBT no próximo censo realizado no país

Programada para acontecer em 2021 pela primeira vez, pesquisa pode ajudar a eliminar estigma contra a população LGBT.

por Redação MundoMais

Segunda-feira, 10 de Fevereiro de 2020

Um membro da comunidade LGBT participa da parada do orgulho em Kathmandu, na sexta-feira, 16 de agosto de 2019.

O Nepal contará pessoas LGBT pela primeira vez em seu próximo censo, uma medida que, segundo disseram ativistas, pode ajudar minorias sexuais a obterem mais acesso aos sistemas de educação e saúde no país.

Agendado para junho de 2021, a pesquisa ajudará a acabar com o estigma e os desafios que as pessoas LGBT enfrentam para utilizar os sistemas de apoio e bem-estar, afirmou Dhundi Raj Lamichhane, autoridade do Escritório Central de Estatísticas.

As pessoas precisarão se identificar, e aos seus familiares, como “masculino”, “feminino” ou “outros (comunidade/identidade de gênero)”. Porém, até o momento não haverá opções adicionais para escolher com qual orientação sexual elas se identificam no censo, que passará por um teste em março.

“A mudança permitirá o planejamento de benefícios sociais e outros direitos, incluindo cotas governamentais, garantidos às pessoas LGBT+ na Constituição aprovada em 2015”, disse Lamichhane.

Ativistas de direitos das pessoas LGBT expressaram preocupação com o plano do governo nepalês de combinar orientação sexual com identidade de gênero na pesquisa.

Eles citaram o último censo de 2011, no qual as autoridades acrescentaram uma categoria de “terceiro gênero” pela primeira vez e para contar todas as pessoas LGBT+ aí incluídas.

Mas o número de pessoas dispostas a se identificar como de “terceiro gênero” a um pesquisador do censo – ou induzir seus familiares a fazê-lo – é pequeno demais para ser incluído na contagem final da população, disse Kyle Knight, da entidade Human Rights Watch.

“O governo faria bem em lembrar que o ‘terceiro gênero’ pode abranger uma gama de comportamentos e identidades e também deixar de fora muitas pessoas que não se identificam com o termo”, completou Knight.