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Todxs Nós, a série da HBO que não se atém a gêneros, literalmente

Série de 8 episódios de 30 minutos cada aborda diversas temáticas LGBTs, além de questões como racismo e assédio.

por Redação MundoMais

Quarta-feira, 25 de Março de 2020

Rafa (Clara Gallo), Vini (Kellner Macêdo) e Maia (Julianna Gerais) em cena

Em uma noite qualquer, um pouco fria, em frente ao um prédio antigo no centro de São Paulo, Rafa fala com seu pai no celular. O papo não é dos mais amigáveis. Ela precisa justifica seus gastos; senão, terá seu cartão de crédito cortado.

“Deve ser a conta do açougue que deu tão caro. Mas a gente precisa de proteína, pai”, se justifica Rafa, que saiu das casa dos pais, no interior de São Paulo, para poder viver uma vida “plena” na capital, local em que Rafa pode ser, finalmente, quem sempre quis ser, uma pessoa sem gênero definido.

Mas nesse caminho de autodescobrimento, Rafa ainda terá de superar muitas barreiras. A independência financeira é apenas uma delas. Isso a gente viu de perto durante as filmagens de Todxs Nós, nova produção brasileira que estreou na HBO no último domingo (22), às 23h.

Um alento para quem busca entretenimento (e, por que não, conhecimento também) sem sair de casa em tempos de quarentena imposta pela pandemia do coronavírus.

Com direção geral de Vera Egito, produção de Heitor Dhalia e direção de Daniel Ribeiro (Hoje Eu Quero Voltar Sozinho), a série de 8 episódios de 30 minutos cada aborda diversas temáticas LGBTQIA, além de questões como racismo e assédio, de forma franca e questionadora, mas sem perder o bom humor.

Os diretores da série "Todxs Nós", Vera Egito e Daniel Ribeiro.

“Não queríamos que fosse algo como ‘não-binários para pessoas caretas’, mas para pessoas que já estariam antenadas com isso. Algo que não se discute até entre quem tem a cabeça mais aberta. Queríamos fazer uma série que estimulasse esses debates que são muito complexos, que não têm apenas dois lados”, explica Daniel.

A grande representatividade não se atém à trama de Todxs Nós. Além de uma equipe de produção das mais diversas, cerca de 37% dos personagens com fala na série são representados por pessoas trans, binárias ou não binárias.

25-03-2020 às 21:00 Sylvia Design
Racismo, assédio, fobia disto e daquilo. Não podemos dizer que inexistam, mas há pessoas que se apegam a isso como mantra e vitimismo.