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O adeus à Brunna Valin, ativista incansável na luta contra o HIV e direitos trans

A Agência de Notícias da AIDS lamentou o falecimento da ativista nesta segunda-feira, 1 de junho, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

por Redação MundoMais

Quinta-feira, 04 de Junho de 2020

Natural de Fernandópolis, cidade do noroeste paulista, aos 15 anos Brunna Valin foi morar em São José do Rio Preto onde se aproximou do Grupo de Amparo ao Doente de AIDS (GADA), atuando como voluntária e funcionária.

A liderança local a impulsionou na fundação da Associação de Travestis e Transexuais do Interior (ARTIS); também foi vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde e representou o Estado de São Paulo na Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (TransBrasil). Atualmente era colaboradora do Grupo Pela Vidda/SP, orientadora socioeducativa no Centro de Referência e Defesa da Diversidade (CRD) e representante do Grupo Pela Vidda/SP na diretoria do Fórum de ONGs AIDS de São Paulo.

Brunna Valin era uma ativista travesti solidária e vigorosa. Sempre disponível a lutar pela construção de um mundo mais justo para a população LGBTI, sobretudo para travestis e transexuais. Brunna nunca temeu enfrentar o mundo e as injustiças, como travesti, pessoa vivendo com HIV e nos últimos anos, enfrentando um câncer violento, ela não recuava e não desistiu.

“Antes de ser transexual, sou muitas outras coisas e minha transexualidade não define quem sou. Sou Brunna Valin, orientadora socioeducativa no Centro de Referência da Diversidade, sou casada, sou HIV positiva, militante e ativista do movimento de AIDS e LGBT e também transexual. Talvez essa não seja a forma como muitas pessoas me enxergam e isso me incomoda”, disse ela em entrevista.

Seu propósito de vida era claro, ela dizia que as pessoas transgênero não queriam direitos à parte, “não queremos nenhum direito a mais, queremos direito igual ao de todos, queremos ser reconhecidas enquanto pessoas, não por uma sigla, nem por uma identidade, nem por uma orientação, mas sim por seres humanos. Antes de ser transexual ou de ser o que quer que seja, eu sou a Brunna.”

Com 45 anos completados em janeiro, estudante de Ciências Sociais, Brunna era exemplo de ativismo e empoderamento, aliando alegria às suas ações na luta pelos Direitos Humanos. Garra e sorriso largo eram suas características. Fica a boa lembrança de tantas batalhas vencidas e de sua capacidade de superação e a certeza da continuidade do trabalho, de inclusão social e construção de um mundo mais justo e mais diverso. Esta é a melhor forma de honrar a sua memória.

07-06-2020 às 02:08 Ao Norte
Que Deus dê o Reino da Glória.
04-06-2020 às 22:47 osvaldo
muito triste, tive o praser de trabalhar ao lado da Bruna Valim, aqui em São Jose do Rio Preto, Sp, no GADA, descanse em PAZ
04-06-2020 às 18:05 Zira
Que Deus conforte os corações de amigos e parentes. boa noite.
04-06-2020 às 16:10 Francisco Bharbosa
Seres humanos como Bruna e Miss Bia, fazem a diferença para muitos, sao pessoas iluminadas, elas vieram para este plano terreno para deixarem suas sementes, e agora vão semear em outra esfera e mais estrelas vão brilhar em outro planos, Bruna , Miss Bia descancem em paz, saudades.
04-06-2020 às 12:45 Jhonn
Triste a perda Brunna Valin e ontem tivemos a perda da Miss Biá a primeira transformista brasileira que teve uma carreira de 60 anos na Noite Gay Paulista, vai deixar saudades....
04-06-2020 às 11:31 Bento
Grande perda!