ASSINE JÁ ENTRAR

Parada reúne milhares na Hungria contra lei anti-LGBT

Premiê húngaro, Viktor Orbán, aprovou texto que impede menção a homossexualidade para menores de 18 anos; eleições de 2022 elevam ataques, diz oposição.

por Redação MundoMais

Segunda-feira, 26 de Julho de 2021

"Sou seu pior medo; sou sua melhor fantasia", diz cartaz levado durante Parada do Orgulho 2021, em Budapeste, que protesta contra lei anti-LGBTaprovada pelo premiê Viktor Orbán.

Milhares de húngaros se manifestaram em Budapeste neste sábado (24) na Parada do Orgulho, a maior já realizada na capital da Hungria. O ato foi marcado pelas ações do primeiro-ministro Viktor Orbán contra o movimento LGBT.

Depois que o Parlamento húngaro aprovou uma polêmica lei "contra a pedofilia" em junho, o conservador Orbán recebeu muitas críticas de seus detratores e da União Europeia (UE) por querer vinculá-la à homossexualidade.

"Muitas pessoas estão preocupadas com a nova lei e a propaganda contra os gays", disse à AFP Johanna Majercsik, porta-voz da organização que promoveu a marcha na capital.

"Querem mostrar seu apoio à comunidade LGBTQ", acrescentou Majercsik, que frisou que esta é a parada deste tipo mais numerosa já realizada em Budapeste em 26 anos de história.

De acordo com um fotógrafo da AFP, mais de 10 mil pessoas participaram de um desfile festivo com inúmeras bandeiras arco-íris, que passou por uma das principais avenidas da cidade antes de cruzar o Danúbio e terminar em um parque.

Embora Orbán diga que o objetivo da legislação é proteger os menores de idade, a comunidade LGBT o acusa de estigmatizar os homossexuais e favorecer os valores conservadores e uma sociedade "iliberal".

"Nunca estive em uma marcha do orgulho gay antes, embora sempre tenha apoiado a comunidade e entendido seus problemas", contou Zsofi Varadi, uma mãe de 46 anos vestida com uma camiseta do arco-íris.

"Mas este ano eu estava realmente irritada com tanta propaganda contra eles", acrescentou ela em declarações à AFP.

Após críticas e uma ação legal de Bruxelas, Orbán anunciou na quarta-feira a organização de um referendo sobre a controversa lei, embora a data da votação seja desconhecida.