por Redação MundoMais
Sexta-feira, 16 de Fevereiro de 2024
A Grécia deu um passo significativo rumo à igualdade de direitos nesta quinta-feira (15), ao aprovar, com 176 votos a favor e 76 contra, a legalização do casamento homoafetivo e a adoção por casais do mesmo sexo. Esta decisão histórica ocorreu após dois dias de debates no Parlamento, apesar da forte oposição da Igreja Ortodoxa. Com esta medida, o país mediterrâneo se torna o 37º do mundo e o primeiro de religião cristã ortodoxa a reconhecer legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O projeto precisava de maioria simples para ser aprovado entre os 300 membros do Parlamento. Apesar das divergências dentro de seu próprio partido, Nova Democracia (ND), com uma ala contrária à proposta, o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis conseguiu o apoio de diversos partidos de oposição de esquerda para garantir a aprovação da medida.
No discurso de abertura da votação, que teve início na terça-feira, Mitsotakis, que pessoalmente liderou o projeto de lei, instou os parlamentares a “abolir, corajosamente, uma grave desigualdade” na democracia grega que havia mantido as famílias do mesmo sexo “invisíveis”.
A aprovação foi comemorada como um marco histórico pelas associações LGBT+, que destacaram que as famílias do mesmo sexo enfrentam uma série de desafios administrativos que resultam em discriminação sob a legislação familiar atual.
Apesar disso, grupos religiosos e partidos de extrema direita se uniram para realizar manifestações em Atenas e outras cidades, expressando sua oposição às mudanças. No domingo passado, centenas de pessoas se reuniram em frente ao Parlamento, algumas empunhando faixas com dizeres como “Só existe uma família, a tradicional”.