por Redação MundoMais
Quinta-feira, 13 de Março de 2025
A partir desta quinta-feira, 13 de março, os cinemas brasileiros recebem “O Melhor Amigo”, novo filme de Allan Deberton, diretor do premiado “Pacarrete” (2019). O longa, que integra a Sessão Vitrine Petrobras, mescla romance, música e memória afetiva, trazendo para a tela sucessos das décadas de 1980 e 1990, reinterpretados em um cenário ensolarado no Nordeste, mais especificamente em Canoa Quebrada, no Ceará.
A trama acompanha Lucas, vivido pelo ator Vinicius Teixeira, um arquiteto que, insatisfeito com a previsibilidade do relacionamento com Martin (Léo Bahia), decide se afastar temporariamente e viaja sozinho para o litoral cearense. O refúgio paradisíaco, no entanto, acaba se transformando em um palco de revelações emocionais quando ele reencontra Felipe (Gabriel Fuentes), um antigo colega da faculdade. Felipe, carismático e envolvente, personifica um desejo que Lucas acreditava ter deixado no passado.
Enquanto revive emoções interrompidas, Lucas se vê imerso em um universo onde a música tem um papel fundamental. Entre festas, encontros inesperados e coreografias vibrantes, ele precisa confrontar sentimentos antigos e decidir qual caminho seguir. O filme não se limita a retratar um triângulo amoroso, mas explora as complexidades dos afetos e da autoaceitação, colocando a jornada interna do protagonista no centro da narrativa.
A trilha sonora, que remete à cultura dançante das décadas de 80 e 90, é um dos pontos altos da produção. O filme recria clássicos desse período em números coreografados pelo bailarino e coreógrafo Rômulo Vlad, que conduz um corpo de baile composto por artistas cearenses. Entre eles, destacam-se nomes como Dênis Lacerda (Deydianne Piaf), Souma, Muriel Cruz, Rodrigo Ferrera (Mulher Barbada), Solange Teixeira, Patrícia Dawson, Walmick de Holanda, Gabriel Arthur e Adna Oliveira.
Além da música e da dança, a obra se vale da simbologia do litoral para compor sua atmosfera narrativa. O mar, as dunas e a geografia singular de Canoa Quebrada funcionam como metáforas para os movimentos internos do protagonista, que oscilam entre o desejo de estabilidade e a atração pelo desconhecido.
Participações que evocam nostalgia
Além da trama central, “O Melhor Amigo” flerta com a nostalgia ao trazer figuras emblemáticas do entretenimento brasileiro. Mateus Carrieri, que atravessou diferentes fases da televisão nacional (e também na extinta publicação G Magazine), interpreta um hóspede do hotel onde Lucas se hospeda. Seu personagem é uma espécie de voz da experiência, alguém que, com poucas palavras, oferece ao protagonista uma nova perspectiva sobre o tempo e as relações.
Já Cláudia Ohana, conhecida por suas personagens intensas e magnéticas, assume o papel de Estrela D’Alva, uma figura mística, quase xamânica, que surge como um oráculo na jornada de Lucas. Com sua presença, a trama ganha um tom de fábula contemporânea, onde o real e o simbólico se misturam.
Ainda há Gretchen, que aparece como ela mesma, trazendo para a tela a energia de dois de seus grandes sucessos: “Melô do Piripipi” e “Conga Conga”, dialogando diretamente com a estética e a sonoridade exploradas na narrativa.