por Redação MundoMais
Segunda-feira, 25 de Março de 2019
O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló (foto), afirmou que vai proibir a chamada “cura gay” no país. Esta terapia de reversão sexual, já causou polêmica no Brasil, justamente, porque a OMS, já retirou a homossexualidade da categoria doença.
“Como pai, como cientista e como governador de todos em Porto Rico, acredito firmemente que a ideia de que há pessoas em nossa sociedade que precisam de tratamento devido à sua identidade de gênero ou a quem ama não é apenas absurda, mas é prejudicial para tantas crianças e jovens que merecem ser tratados com dignidade e respeito ”, disse o governador em comentários citados na mídia local.
Rosselló acrescentou: “Eu me esforço para que Porto Rico seja uma sociedade na qual todos, não importa quem eles amem, possam ser aceitos e viver sem medo de perseguição. Isso inclui os mais vulneráveis da sociedade, nossos filhos, que devem ser apoiados e amados. A terapia de conversão não beneficia ninguém de forma alguma, apenas causa dor e sofrimento inimagináveis. ”
Carmen Yulín Cruz, prefeita da capital e maior cidade de Porto Rico, San Juan, expressou apoio à decisão do governador. Ela escreveu no Twitter: “As terapias de conversão são desumanas e buscam privar os seres humanos de sua dignidade. Amor é amor. É um conceito simples. E o amor sempre vence o ódio. SEMPRE.”
Os porto-riquenhos são cidadãos americanos, mesmo que a ilha seja considerada um território organizado não-incorporado dentro da comunidade americana, e não como um Estado – eles podem votar em primárias partidárias, mas não elegem representantes para o Congresso ou o Senado.
A lei federal dos EUA se aplica a Porto Rico, como o Tribunal de Apelações do Primeiro Circuito lembrou o juiz Juan Pérez-Giménez em abril de 2016, quando a corte inferior tentou proibir a implementação da sentença da Suprema Corte legalizando o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país.
A comunidade LGBT em Porto Rico continua sendo alvo de preconceito e violência. No início deste ano, o assassinato de Kevin Fret, um rapper gay trapista de 24 anos de idade, chocou a comunidade, mas, como observou a revista Paper, também destacou a persistente homofobia contra a população LGBT.